Garibaldi (RS) – O turismo, especialmente vinculado à vitivinicultura, foi indicado como uma das principais oportunidades de desenvolvimento para a Serra Gaúcha durante a terceira edição de 2025 do Mapa Econômico do RS, promovido pelo Jornal do Comércio. O encontro, realizado na tarde e noite de quinta-feira (7) na Câmara da Indústria e Comércio (CIC) de Garibaldi, reuniu mais de 150 empresários, dirigentes de entidades e gestores públicos das regiões da Serra, das Hortênsias, Campos de Cima da Serra, Vale do Caí, Vale do Paranhana e Encosta da Serra.
O painel discutiu desafios e oportunidades econômicas para o conjunto dessas regiões. Problemas de infraestrutura, especialmente na logística, e os impactos das mudanças climáticas foram apontados como barreiras ao avanço de setores estratégicos.
O diretor-presidente do Jornal do Comércio, Giovanni Jarros Tumelero, destacou que a Serra Gaúcha reúne cidades com alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), forte herança da colonização italiana e potencial expressivo de expansão econômica. “É uma alegria realizar esta edição em Garibaldi. Já estivemos em Caxias do Sul (2023) e Bento Gonçalves (2024), e cada cidade nos oferece um retrato único das forças econômicas locais”, afirmou.
Mediador do debate, o editor-chefe do JC, Guilherme Kolling, reforçou a proposta de ouvir lideranças regionais para traçar um diagnóstico mais preciso das cadeias produtivas. Participaram como painelistas Neco Argenta, presidente do Grupo Argenta; Maria Anselmi, fundadora e CEO da Malharia Anselmi; e Oscar Ló, presidente da Cooperativa Garibaldi.
Argenta defendeu a aposta no enoturismo como vetor de crescimento e atrativo internacional. “Temos potencial enorme. Nossa região pode se consolidar como destino global, mas ainda carecemos de infraestrutura, como a duplicação das rodovias que ligam Porto Alegre a cidades como Bento Gonçalves e Caxias do Sul”, disse.
Maria Anselmi compartilhou a trajetória da empresa que leva seu nome, fundada há 45 anos em meio a um cenário de inflação de 70% ao mês. “O caminho foi de luta, trabalho e seriedade, sempre colocando as pessoas e o cliente em primeiro lugar. Hoje, a marca é referência nacional”, afirmou.
Oscar Ló apresentou dados que evidenciam a relevância econômica do setor vitivinícola, que movimentou entre R$ 6 e R$ 7 bilhões em 2024 — cerca de 1% do PIB do Rio Grande do Sul — e mantém 12 mil famílias na atividade. Ele ressaltou que a mudança climática tem levado à busca por variedades de uva mais resistentes, numa estratégia de adaptação da produção.
O evento contou ainda com a presença de lideranças como o empresário Clovis Tramontina, o presidente da CIC Garibaldi, Carlos Bianchi, e o prefeito do município, Sergio Chesini.
Criado pelo Jornal do Comércio, o Mapa Econômico do RS realiza um levantamento anual das principais cadeias produtivas do Estado e promove encontros regionais para debater estratégias de desenvolvimento com base na realidade local.