Um agricultor identificado como Giovani Antônio Tasca, de 51 anos, morreu na noite desta terça-feira (2) após o capotamento de um trator na comunidade de Marcílio Dias, no 15 da Graciema, interior de Garibaldi. O acidente ocorreu por volta das 21h57, em um parreiral localizado em área de forte declive.

Segundo o Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul (CBMRS), o chamado para a ocorrência foi recebido pelo telefone de emergência 193. Ao chegar ao local, a guarnição da 3ª Companhia de Bombeiros Militar (3ª CiaBM) encontrou o agricultor preso sob um trator de pequeno porte — modelo 1640-4 Super Compacto — que havia tombado enquanto trabalhava na propriedade.

O médico do SAMU constatou o óbito ainda no local. Após a avaliação da cena, os bombeiros removeram a vítima até a chegada da Polícia Civil e da Brigada Militar, responsáveis pelos procedimentos legais.

Acidentes com trator são frequentes em áreas íngremes da Serra

A morte de Giovani Tasca reacende um alerta conhecido pelos agricultores da região de Garibaldi, Monte Belo do Sul e Bento Gonçalves: o alto risco de capotamentos de tratores em áreas de parreirais e propriedades íngremes, características marcantes do relevo da Serra Gaúcha.

Grande parte das propriedades rurais da região é formada por encostas, linhas estreitas e terrenos acidentados. Nessas condições, o uso de tratores compactos — embora comuns e necessários — aumenta a vulnerabilidade em situações como:

• manobras em taludes inclinados;

• solo úmido ou escorregadio;

• perda de tração;

• tombamento lateral entre fileiras de videiras.

Na vitivinicultura e na agricultura familiar, esses fatores tornam o trabalho especialmente perigoso, sobretudo durante a noite ou em áreas com pouca visibilidade.

Risco permanente no campo

Dados de entidades rurais e relatos das corporações de segurança indicam que acidentes com máquinas agrícolas continuam entre as principais causas de morte em zonas rurais do Estado. Em regiões de topografia elevada, como Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul, o risco é ampliado.

A tragédia no 15 da Graciema reforça a necessidade de atenção redobrada, adoção de técnicas de segurança, capacitação contínua e utilização de equipamentos adequados — iniciativas fundamentais para evitar novos acidentes.