
O cantor Zezé Di Camargo divulgou nesta terça-feira (16) um pedido formal de desculpas às filhas de Silvio Santos após a repercussão de um vídeo em que criticou a condução do SBT sob a gestão das herdeiras e usou a expressão “se prostituindo” ao comentar decisões da emissora.
A fala, publicada nas redes sociais, teve como pano de fundo a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de outras autoridades no evento de lançamento do SBT News. No vídeo, Zezé afirmou que não concordava com o rumo da emissora e chegou a pedir que seu especial de fim de ano não fosse exibido.
Em nota divulgada após a reação negativa, Zezé disse que usou o termo em “sentido figurado”, sem intenção ofensiva, mas reconheceu o impacto do que falou. “Minhas palavras acabaram causando desconforto. Por isso, peço desculpas sinceras”, afirmou o artista no comunicado.
Do outro lado, Daniela Beyruti, presidente do SBT, respondeu publicamente ao episódio com uma carta aberta defendendo a linha editorial do canal e afirmando que a emissora é “imparcial”.
Mesmo com o recuo, o SBT decidiu não exibir o especial já gravado, o “Natal é Amor com Zezé Di Camargo”, que estava previsto para ir ao ar na quarta-feira (17). A emissora informou que o programa foi engavetado e que outra atração ocuparia o espaço na grade.
Nos bastidores, a crise escalou a ponto de o cantor passar a ser tratado como persona non grata no canal — com relatos de que ele foi proibido de pisar no SBT “até segunda ordem” e de que a família Abravanel avaliava medidas jurídicas após as declarações.
A polêmica expôs uma rara ruptura pública entre um artista historicamente ligado à TV aberta e uma emissora que, desde a morte de Silvio Santos, vive um processo de reposicionamento — agora também sob o teste de como lidar com crises e pressões vindas de dentro do próprio entretenimento.