Quarta, 13 de Agosto de 2025
6°C 17°C
Bento Gonçalves, RS
Publicidade

Trabalhadores encontram “fortuna que não vale nada” em demolição de prédio

Cofre continha uma pequena fortuna em cédulas antigas de cruzeiro, cruzado e cruzado novo, sem valor comercial. Família proprietária acredita que dinheiro pertencia a antiga empresa que deixou o local nos anos 1990.

Marcelo Dargelio
Por: Marcelo Dargelio Fonte: G1
12/08/2025 às 11h34 Atualizada em 12/08/2025 às 11h47
Trabalhadores encontram “fortuna que não vale nada” em demolição de prédio

Carazinho (RS)Moradores e trabalhadores que acompanhavam a demolição de um antigo prédio no centro de Carazinho, no Norte do Rio Grande do Sul, viveram uma cena digna de cinema no fim de julho. No dia 28 de julho, enquanto uma retroescavadeira derrubava as paredes do imóvel, o operador da máquina avistou um cofre escondido entre os escombros. Ao forçar a estrutura, o compartimento abriu parcialmente, revelando um volume de notas de dinheiro. À primeira vista, parecia um tesouro, mas as cédulas eram de cruzeiro, cruzado e cruzado novo — moedas que circularam no Brasil entre as décadas de 1970 e 1990 e que não têm mais poder de compra.

O terreno onde o cofre foi encontrado pertence à família do empresário Andrei Goelzer Bratz há décadas. Segundo ele, ninguém contou exatamente quantas cédulas havia, mas entre elas estão várias notas de 100 mil cruzeiros. O empresário contou que o operador da máquina foi quem percebeu a presença do cofre e chamou os proprietários. “O cofre já estava semiaberto pela força da máquina e, quando vimos, estava cheio de dinheiro. Todo mundo se alvoroçou, mas logo vimos que era dinheiro antigo. Infelizmente não era dólar”, brincou. Mesmo assim, ele admitiu que “todo mundo sonha em achar um tesouro” e disse que o achado deverá ficar “para coleção”.

A suspeita da família é de que o cofre tenha sido esquecido por uma empresa que mantinha um supermercado no prédio e encerrou as atividades no início dos anos 1990. “A empresa tinha cinco mercados na época e lidava com muito dinheiro em espécie para troco. Ela saiu daqui em 1993, na época da transição entre moedas. Como provavelmente era um dinheiro já desvalorizado, eles acabaram esquecendo”, explicou Andrei. Naquele período, o Brasil passou por sucessivas mudanças monetárias, substituindo o cruzeiro pelo cruzado, depois pelo cruzado novo e, posteriormente, pelo real. Por causa dessas trocas, cédulas antigas perderam valor legal e se tornaram peças de coleção.

O episódio chamou a atenção dos moradores de Carazinho. Arthur Mazzutti Bratz, filho do empresário e estudante de Economia, acompanhou a demolição e ficou impressionado com a curiosidade das pessoas. “A repercussão da história foi longe. Quando encontraram o cofre, começou a aparecer um monte de gente aqui, perguntando o que era o dinheiro, se era real, mas a gente logo falou que não valia nada. De qualquer forma, é uma história muito curiosa, mas vai ficar para coleção”, relatou.

Como as cédulas são de diferentes períodos de circulação e não têm mais valor comercial, a família pretende catalogá-las e vendê-las para colecionadores interessados. O episódio, porém, tornou-se uma história folclórica na cidade e uma lembrança das turbulentas mudanças monetárias que o Brasil enfrentou na virada dos anos 1980 para os anos 1990.

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
Bento Gonçalves, RS
Tempo limpo
Mín. Máx. 17°
Sensação
1.26 km/h Vento
98% Umidade
0% (0mm) Chance chuva
07h00 Nascer do sol
18h01 Pôr do sol
Quinta
12°
Sexta
16°
Sábado
18°
Domingo
22° 11°
Segunda
24° 10°
Publicidade
Publicidade
Economia
Dólar
R$ 5,39 -0,13%
Euro
R$ 6,29 -0,11%
Peso Argentino
R$ 0,00 +0,00%
Bitcoin
R$ 685,557,57 -0,07%
Ibovespa
137,913,69 pts 1.69%
Enquete
Nenhuma enquete cadastrada