
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), publicou em suas redes sociais, neste domingo (21), uma crítica contundente à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), afirmando que “forças ocultas” estão atuando para modificar as restrições de voos no Aeroporto Santos Dumont. A declaração surge em um contexto onde a coordenação do sistema aeroportuário busca fortalecer o Aeroporto Internacional do Galeão, uma estratégia que Paes considera essencial para o desenvolvimento econômico da cidade e do país.
Na postagem, Paes menciona um despacho da Anac que convocou as companhias aéreas para uma reunião “de última hora” no dia 17 de dezembro, indicando uma possível flexibilização das regras atuais. O prefeito relaciona essa movimentação à viabilização da relicitação do Galeão, prevista para março de 2026. Segundo ele, essa mudança de diretrizes ocorre em um momento em que esforços do governo federal, incluindo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro Silvio Costa Filho, estão concentrados na manutenção da política pública que beneficia o Galeão.
A crítica de Paes se intensifica quando ele classifica de “absurdo” o uso de um acordo do Tribunal de Contas da União (TCU) como justificativa para a alteração, argumentando que tal decisão tinha como objetivo preservar a política que fortalece o Galeão. O prefeito expressa sua confiança de que o Executivo federal não permitirá que interesses obscuros comprometam o que considera a “maior conquista” do governo.
Desde outubro de 2023, o Santos Dumont já enfrenta uma redução no número de voos, enquanto o Galeão experimentou um aumento na frequência, com um crescimento de 35% no número de passageiros, totalizando 7,9 milhões em 2023. Essa mudança foi impulsionada por uma diretriz da Secretaria Nacional de Aviação Civil, que limitou o Santos Dumont a 10 milhões de passageiros até o fim do ano.
Em resposta às declarações de Paes, a Anac contestou as alegações, afirmando que suas operações são conduzidas de forma transparente e que as mudanças nas operações dos aeroportos são resultado de um acordo de repactuação do equilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão do Galeão. A agência reforçou que a flexibilização das operações no Santos Dumont vem sendo discutida desde junho, em consonância com as diretrizes do Ministério de Portos e Aeroportos.
As tensões entre o governo municipal e a Anac refletem um cenário complexo na aviação civil brasileira, onde interesses conflitantes podem impactar a dinâmica dos aeroportos cariocas e, consequentemente, a mobilidade de milhões de passageiros.