Em mais um ato em prol dos profissionais da rede de ensino estadual, o 12º núcleo do Cpers/Sindicato, juntamente com professores e alunos do município, promoveu, na manhã desta sexta-feira, dia 22, uma manifestação em frente à 16ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE). O ato foi mais uma das mobilizações no município em protesto ao pacote enviado pelo Governador Eduardo Leite à Assembleia, que modifica as carreiras e extingue benefícios, afetando diretamente a categoria.
Além do sindicato, professores e alunos da Escola Estadual Mestre Santa Bárbara se fizeram presentes na ocasião. A greve dos professores, que iniciou em Bento Gonçalves na segunda-feira, dia 18, teve adesão de grande parte das instituições estaduais de ensino do município, tanto com 100% de adesão como de forma parcial. Este é um dos maiores movimentos grevistas da categoria nos últimos anos em Bento Gonçalves.
A manifestação iniciou na sede do Cpers/Sindicato e se dirigiu até a 16ª CRE. Na ocasião, a coordenadora geral da entidade, Juçara Fátima Borges, entregou ao coordenador da 16ª CRE, Alexandre Misturini, um ofício solicitando a retirada do projeto que foi proposto pelo governo estadual, que poderá afetar os professores com a modificação de carreiras, extinção de benefícios e, em alguns casos, aumento na contribuição previdenciária dos servidores.
Em seu pronunciamento, Juçara comentou sobre a manifestação e o apoio, sobretudo da comunidade escolar, em prol da categoria. “Nossa categoria já vem com salários atrasados, parcelados. Esse projeto acaba com a carreira do magistério e com o incentivo dos jovens do futuro que ali virão a ser um profissional da educação. Neste momento a comunidade escolar, os alunos, a sociedade têm o conhecimento da precariedade do salário do magistério. Por isso deste apoio dos alunos e da comunidade de Bento e dos 18 municípios pertencentes ao 12º Núcleo da Cpers”, ressalta.
O coordenador geral da 16ª CRE afirmou que a coordenadoria também não compactua com a retirada de direitos dos professores. “Nós também estamos com os salários atrasados, sou professor há 21 anos e meio, meu salário também está atrasado, achatado, e não compactuamos com essa retirada de direitos dos professores. A manifestação é democrática, é válida, é a roda da democracia. Vamos encaminhar o pedido do Cpers e de toda a classe dos professores para a Secretaria de Educação”, explica Misturini.
A manifestação partiu, sobretudo, do próprio Grêmio Estudantil da escola Mestre Santa Bárbara, se posicionando ao lado dos professores na luta pela valorização dos profissionais da educação no Estado.
O presidente do Grêmio Estudantil do Mestre, Gabriel Stella, comentou sobre o engajamento dos alunos em prol dos professores: “Participem das manifestações, é muito importante que venham para a rua. Existem muitas pessoas que pensam que o estudante está em casa ou participando nas manifestações só para não ter aula, mas na verdade não é isso. Hoje não teríamos aula. Todos que estão aqui se dispuseram a vir, pois eles querem um futuro melhor e querem que a educação seja digna e querem que os professores sejam realmente valorizados pelo governo”, comenta o aluno.