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Contribuintes de Bento guardam mais de R$ 383 milhões "embaixo do colchão"

Operação Tio Patinhas da Receita Federal investiga se valores estão sendo utilizados em casos de corrupção e lavagem de dinheiro na Capital do Vinho.

Marcelo Dargelio
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Divulgação
30/05/2019 às 12h04 Atualizada em 10/08/2019 às 14h30
Contribuintes de Bento guardam mais de R$ 383 milhões
Divulgação

Contribuintes de Bento Gonçalves que declararam no Imposto de Renda possuir mais de R$ 100 mil em espécie guardados são alvos de operação da Receita Federal, deflagrada nesta quarta-feira, 29. A operação, chamada Tio Patinhas, fiscalizará ao todo R$ 3,2 bilhões, que poderiam ser utilizados para esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro em 51 cidades da Serra Gaúcha.  Segundo a Receita, existem indícios que os valores declarados possam ser fictícios.  O objetivo da ação é combater fraudes contra o fisco.

De acordo com dados da Receita Federal, em Bento Gonçalves, somados todos os valores declarados pelos contribuintes, mais de R$ 383 milhões são guardados em espécie, dentro de casa. Em um dos casos, apenas um contribuinte declarou em seu Imposto de Renda guardar em casa mais de R$ 1,74 milhão em dinheiro. Os auditores revelam que a Capital do Vinho é a segunda cidade da Serra Gaúcha com maior valor declarado desta forma na Serra, perdendo apenas para Caxias do Sul, onde a soma chega a R$ 1,1 bilhão.  

Nesta primeira etapa da operação, as pessoas fiscalizadas são chamadas para comprovar a existência dos recursos ou fazer a retificação do imposto. Caso não validem a existência dos montantes ou realizem a correção da declaração, elas podem ser alvo de multas que variam entre 75% e 225% sobre os valores que não foram declarados. Além disso, serão encaminhadas representações ao Ministério Público (MP), que podem resultar em punições penais.

Segundo o auditor da Receita Federal em Caxias do Sul, Kiyoshi Matsuda, a principal suspeita da Receita está na possibilidade de as declarações terem a intenção de mascarar futuras sonegações e operações ilícitas. "A principal vantagem que normalmente as pessoas têm quando declaram um valor em espécie é tentar garantir uma sonegação futura, então elas guardam um "colchão" de valores que não existem pra justificar ganhos de bens com recursos de origem ilícita. Mas, mais grave do que isso, é a utilização desse dinheiro para fazer pagamentos (que na verdade não existiram) a fim de “esquentar” dinheiro que veio de uma origem ilegal", esclarece o auditor Matsuda.

Essa é a segunda iniciativa da Operação Tio Patinhas, cuja primeira edição ocorreu em Santa Catarina em 2018. Após a operação ser deflagrada, o dinheiro em espécie declarado no estado caiu pela metade na declaração posterior.


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