Durante a reunião do Governador Eduardo Leite com prefeitos da região em Bento Gonçalves na manhã desta sexta-feira, 08 de setembro, o diretor-geral do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (DAER), Luciano Faustino, destacou o que estão buscando para restabelecer as conexões entre os municípios que perderam suas principais vias de acesso, como São Valentim do Sul e Nova Roma do Sul. A maior preocupação dos representantes destas cidades é a demora nos atendimentos de saúde.
Os prefeitos de Nova Roma do Sul, São Valentim do Sul, Cotiporã e Dois Lajeados se manifestaram na reunião destacando a importância da reconstrução das pontes de ligação destes municípios com Farroupilha, Caxias do Sul e Bento Gonçalves devido várias questões, mas principalmente para os setores da saúde e economia.
O Prefeito de São Valentim do Sul, Jerry Ângelo Macagnan, frisou que logo chegará a época da safra da uva e é necessário que haja um transporte das cargas para Bento Gonçalves o mais rápido possível. "Estamos sem acesso à Bento Gonçalves com a queda da Ponte Santa Bárbara e 70% da uva da nossa região passava por essa ponte. Então nos precisamos reconstruir ou colocar alguma balsa, pois janeiro está aí e a uva vai começar a chegar em Bento de que forma? E a volta é muito grande, são 2h40min. Sem falar o transporte dos estudantes para Guaporé, Bento, Dois Lajeados que não tem mais acesso. Precisamos da tua ajuda Governador," colocou Macagnan.
O Vice-prefeito de Nova Roma do Sul, Roberto Panazzolo, destacou que sem a Ponte de Ferro que conectava o município com Farroupilha, os atendimentos na saúde poderão se torna letais. "Grande parte da nossa produção passava pela ponte. Eu estava lá no momento da queda e a cidade está de luto, pois dependíamos muito dessa ligação, mas principalmente na questão de saúde. A nossa referência é o Hospital São Carlos, de Farroupilha, e antes, em uma situação de urgência, precisávamos de 40/50 minutos para se deslocar e hoje, se a gente precisar, irá demorar 2 horas para chegar no hospital. Passo essa informação para mostrar a importância da retomada dessa ponte o mais rápido possível," expõe Panazzolo.
De acordo com o diretor-geral do DAER, Luciano Faustino, a prioridade no momento foi liberar as estradas bloqueadas pelos deslizamentos de terra ou queda de árvores para que as pessoas conseguissem se movimentar e que a ajuda chegasse aos atingidos pelas enchentes. "Em um primeiro momento, o nosso objetivo foi desobstruir as estradas para liberar a chegada de mantimentos aos municípios afetados e saírem com os resgatados. Esse segundo momento é o de planejamento, verificando as demandas mais graves, mas as pontes certamente são nossas prioridades. Já estamos trabalhando em desenvolvimentos de anteprojetos e pedindo para que os engenheiros pensem em obras de rápida execução. Também levaremos essa sugestão das balsas para ajudar no deslocamento da população e de produtos agrícolas, pois até janeiro não vamos ter como construir uma nova ponte. Temos que pensar em alternativas," salienta Faustino.
O diretor-chefe também reforçou como essa tragédia é um evento sem precedentes e que com o decreto de Calamidade Pública, os processos de reconstrução serão mais rápidos. "Importante destacar que estamos vivendo um evento sem precedentes na história do RS. O único evento parecido com esse, que a gente tem raras notícias, foi da enchente de 1941. Estamos vivendo uma catástrofe e agora é o momento de reconstrução dessas vias, mas não faltará esforço do Estado. Nós do DAER e Governo estaremos apoiando os municípios nas pontes, sendo como prioridade máxima as de São Valentim do Sul e Nova Roma do Sul. Nós já acionamos a empresa pra fazer um anteprojeto e com o decreto de Calamidade Pública, será possível fazer uma contratação mais rápida. A própria concepção do projeto é para ser uma construção mais rápida, então com certeza teremos uma resposta ágil," finaliza Luciano.