O caso envolvendo os vereadores Marcos Barbosa (PRB), Marlen Pelicioli (PPS) Adelino Cainelli e Vanderlei Santos (ambos do PP), suspeitos de se apropriarem de parte do salário de assessores da Câmara Municipal, terá mais um capítulo nesta quarta-feira, 10 de agosto. A partir das 14h15min, testemunhas de defesa e de acusação serão ouvidas pela juíza Romani Terezinha Bortolas Dalcin, titular da 3ª Vara Cível do Fórum de Bento Gonçalves. A expectativa é de que este seja o último passo antes que seja deferida a sentença judicial.
A fase de audiências poderia ter sido encerrada no mês de abril, porém algumas testemunhas da Promotoria não compareceram, o que obrigou que uma nova data fosse marcada. O promotor Alécio Nogueira arrolou duas testemunhas para serem ouvidas. O representante do MP espera que os depoimentos que faltam possam permitir a conclusão do processo e uma posterior sentença da juíza.
O promotor Alécio alerta que, mesmo que a sentença seja de condenação, os parlamentares ainda podem recorrer em segunda instância e participar normalmente do pleito eleitoral. "Sabemos que as pessoas estão ansiosas por uma resposta do Poder Judiciário, porém, é preciso entender que tudo tem o seu tempo e o andamento deste tipo de processo é longo", esclarece Nogueira.
Relembre o caso
A denúncia da prática, que estaria ocorrendo há pelo menos quatro anos, partiu do Ministério Público (MP), que investiga o caso desde 2010. Os vereadores envolvidos seriam Marcos Barbosa (PRB), Marlen Pelicioli (PPS) Adelino Cainelli e Vanderlei Santos (ambos do PP). O MP denunciou os suspeitos à Justiça pelo crime de concussão, na esfera criminal e, na área cível, por improbidade administrativa. Segundo o promotor de Justiça Alécio Nogueira, responsável pelo inquérito cível, a investigação partiu de uma denúncia sobre um vereador e se estendeu para mais três parlamentares. O promotor criminal Eduardo Só dos Santos Lumertz também participou da investigação. A prática, segundo o que apurou a Promotoria, ocorreria de duas formas: saques dos assessores na boca do caixa, que seriam entregues diretamente aos vereadores, e empréstimos tomados no nome dos funcionários para serem repassados aos parlamentares.