O Supermercado Nacional de Bento Gonçalves adotou como regra não permitir que os operadores de caixas empacotem as compras dos clientes. A decisão foi tomada pelo grupo Walmart em todas as redes Big e Nacional. A medida é recente, mas as discussões sobre as funções do caixa são antigas e podem modificar a atirbuição das funções nos demais supermercados da cidade também.
Há anos, existe uma briga judicial para exigir que os caixas não embalem as mercadorias, por alegar que acumulam funções. Pela lei, há a profissão de empacotador. O sindicato alega, inclusive, que há casos de operadores que sofrem com Lesões por Esforço Repetitivo (LER) devido à duplicidade de trabalho. O que a entidade deseja é que os mercados contratem mais empacotadores.
No Nacional, que faz parte do grupo Walmart, os caixas deixam apenas sacolas preparadas para que os clientes empacotem suas compras. Caso o cliente não queira empacotar, a ordem é chamar o fiscal para que um empacotador faça o trabalho. A questão é que não há um empacotador para cada caixa. Portanto, se o consumidor não quiser fazer esse serviço, terá de aguardar um empacotador que esteja livre. E os demais clientes da fila, também.
A discussão sobre a dupla função dos caixas é discutida em todo o país. No ano passado, a 7ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região, em Sergipe, modificou decisão da Justiça do Trabalho que havia condenado uma rede de supermercados a pagar adicional de 50% do salário base pelo acúmulo de funções. A Turma considerou "perfeitamente compatível o exercício simultâneo das duas funções". Contudo, reconheceu o direito do operador a receber adicional de 30% sobre o salário. "O contrato de trabalho pressupõe uma correlação de equilíbrio entre o trabalho a ser prestado e a remuneração a ser paga", diz a decisão.
Oficialmente, a Rede Walmart não se manifesta sobre a nova regra.