Sábado, 21 de Junho de 2025
6°C 14°C
Bento Gonçalves, RS
Publicidade

Debatedores dizem que mulheres negras e pobres são maiores vítimas violência obstétrica

Especialistas ouvidos pela Comissão Especial sobre Violência Obstétrica e Morte Materna afirmaram que as mulheres negras, indígenas e de baixa rend...

Marcelo Dargelio
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Agência Câmara de Notícias
19/04/2023 às 20h20
Debatedores dizem que mulheres negras e pobres são maiores vítimas violência obstétrica
Deputada Soraya Santos (E) e Carmen Zanotto, secretaria de Saúde de SC - (Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados)

Especialistas ouvidos pela Comissão Especial sobre Violência Obstétrica e Morte Materna afirmaram que as mulheres negras, indígenas e de baixa renda são as maiores vítimas. O debate aconteceu na primeira audiência pública da Comissão, que ouviu representantes de secretarias de Saúde de cinco estados para entender o cenário brasileiro.

Para o secretário de Saúde do Rio de Janeiro, o deputado licenciado Luiz Antônio Teixeira Júnior, o maior problema no Brasil nos últimos anos é a falta de investimento na qualificação do pré-natal, que impacta diretamente no número de mortes maternas.

E a cor de pele está relacionada com o pré-natal inadequado, afirmou a secretária de Saúde de Santa Catarina, a ex-deputada Carmen Zanotto, que defendeu a discussão sobre violência obstétrica dentro das instituições de ensino de saúde.

“As mulheres negras morrem mais que as brancas, mesmo tendo a mesma escolaridade e o mesmo acesso ao pré-natal. Está comprovado que nós profissionais da enfermagem dedicamos menos tempo na assistência do pré-natal à mulher negra que à mulher branca”, disse.

A presidente da Comissão, deputada Soraya Santos (PL-RJ), entende que as gestantes precisam primeiramente de informação.

“O primeiro ponto de violência é justamente a mulher desconhecer todos esses problemas. É ela não ter durante todo o protocolo de atendimento alguém para dizer se é melhor o parto ou a cesárea, quais são os riscos de um e de outro”, aponta.

Renda
Teixeira Júnior disse que mulheres de baixa renda são ainda mais afetadas, uma vez que a discriminação faz com que enfermeiros ou obstetras se achem no direito de tomar a decisão por elas sobre qual tipo de parto ter, por exemplo, sem explicar cada procedimento.

O ginecologista João Rocha Vilela defende que é função do médico orientar a paciente a realizar o procedimento mais seguro, mas diz que a imposição é sim uma forma de violência.

Morte materna
A audiência contou também com a presença de Edson Castro, o secretário-adjunto de Saúde de Roraima, que é, atualmente, o estado com maior índice de morte materna no Brasil.

O secretário pediu que a Comissão observe as peculiaridades de cada estado e explicou que, no caso de Roraima, muitas indígenas e venezuelanas chegam aos hospitais com a gestação avançada sem terem realizado pré-natal, o que aumenta o risco de morte dessas mulheres. Segundo Castro, é comum que venezuelanas venham para o Brasil apenas para o parto, com objetivo de terem filhos com nacionalidade brasileira.

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
Bento Gonçalves, RS
10°
Tempo limpo
Mín. Máx. 14°
10° Sensação
1.07 km/h Vento
97% Umidade
0% (0mm) Chance chuva
07h19 Nascer do sol
07h19 Pôr do sol
Domingo
14°
Segunda
11°
Terça
-2°
Quarta
15°
Quinta
12°
Publicidade
Publicidade
Economia
Dólar
R$ 5,52 +0,17%
Euro
R$ 6,35 +0,00%
Peso Argentino
R$ 0,00 +0,00%
Bitcoin
R$ 600,077,43 -0,88%
Ibovespa
137,115,83 pts -1.15%
Enquete
Nenhuma enquete cadastrada