Mais policiais da Brigada Militar podem estar envolvidos no caso da morte do jovem Gabriel Marques Cavalheiro, de 18 anos, ocorrido na cidade de São Gabriel. Peritos do Instituto Geral de Perícias (IGP) encontraram sangue humano em uma segunda viatura policial que estava de serviço na noite do desaparecimento do jovem. Ele foi encontrado morto depois de uma abordagem da Brigada Militar em São Gabriel, no Noroeste do RS. Três policiais, dois soldados e um sargento, estão presos suspeitos do crime. Na tarde desta quinta-feira, 1º de setembro, a Polícia Civil dará uma coletiva de imprensa para apresentar a conclusão do inquérito policial.
Segundo a perícia, o sangue foi encontrado no porta-malas da viatura. O veículo estava sendo usado pela equipe de patrulha ambiental da cidade na madrugada do desaparecimento do jovem. O IGP já havia divulgado que encontrou sangue humano na viatura em que estavam os policiais presos pelo crime. As duas amostras devem ser confrontadas com o sangue de Gabriel e o resultado deve ser divulgado nas próximas semanas.
De acordo com as investigações, a segunda viatura periciada se encontrou três vezes com a dos policiais que abordaram Gabriel na noite do dia 12 de agosto. O inquérito destaca ainda que o carro ficou parado das 3h55 às 4h24, quase 30 minutos em uma estrada rural de São Gabriel. Além disso, segundo o inquérito da justiça militar, um dos policiais da segunda viatura ligou três vezes para o sargento Arleu Jacobsen Júnior, um dos presos pelo homicídio. Todas as ligações foram feitas entre 4h e 5h da madrugada. Elas foram feitas por um aplicativo de mensagens e não tiveram o conteúdo revelado.
Na última sexta-feira (26), a Brigada Militar apreendeu o celular do policial, que ainda não teve a identidade divulgada pela polícia, e de outros sete agentes que trabalharam na noite do desaparecimento. O Núcleo de Inteligência do Ministério Público trabalha para extrair as mensagens dos aparelhos. O comandante-geral da Brigada Militar Cláudio dos Santos Feoli disse, nesta quinta-feira (1º), que todos os policiais de serviço no dia do crime foram ouvidos e que, até o momento, não há suspeitas contra outros. Mas, que caso haja, também serão afastados.