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Prefeitura de Bento não consegue dizer onde estão os gatos retirados de casa no Conceição

Caso gerou grande polêmica pela omissão de servidores públicos, que, segundo relatos, viram os felinos serem retirados à força de dentro da casa do tutor em sacos amarrados

19/02/2022 às 16h57 Atualizada em 19/02/2022 às 18h04
Por: Jorge Bronzato Jr.
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(Reprodução)
(Reprodução)

No início da tarde deste sábado, 19, dois dias após a retirada de vários gatos de uma residência no bairro Conceição sem o consentimento do tutor dos animais, a prefeitura de Bento Gonçalves informou que vai abrir uma sindicância para apurar o envolvimento de três servidores públicos no caso. De acordo com denúncia do morador e também do proprietário do imóvel, este último acusado de levar embora ao menos nove felinos presos em sacos amarrados, os funcionários públicos, incluindo o secretário-adjunto de Meio Ambiente, Valcir Schell, estavam presentes no momento e não fizeram nada para impedir ou orientar sobre a remoção adequada dos bichos. Eles sequer questionaram para onde seriam levados ou exigiram qualquer assinatura de um termo de responsabilidade.

O dono da casa alugada, Luquino Casagranda, nega veementemente que tenha feito algum mal aos felinos, entretanto, esta parte da história ainda não está bem esclarecida. Isso porque a Patrulha Ambiental da Brigada Militar (Patram) solicitou ainda na quinta que ele enviasse fotos de todos os gatos vivos. Por telefone, à reportagem do NB, ele disse ter encaminhado as imagens nesta sexta à noite, com a ajuda de um familiar, pois não usa aplicativo de mensagens (leia mais abaixo). Mas, segundo o tutor dos felinos, que foi à Patram neste sábado ver as tais fotografias, nenhuma delas é dos gatos que foram retirados de sua residência.

A situação havia se tornado insustentável ao longo desta semana com o grande acúmulo de gatos pelo locatário João Fernando Cipriani, que vive de aluguel no lugar. Ele reconhece o problema, mas relata que dedicava o máximo de cuidado aos pets, além de ter pedido ajuda inúmeras vezes, inclusive para a prefeitura, sem obter qualquer auxílio para encontrar um novo lar para os felinos resgatados por ele e a esposa. Antes do dono da moradia retirar alguns animais do local, ainda na noite da quarta-feira, 16, outros sete já haviam sido envenenados.

Nesta sexta-feira, dia 18, a prefeitura emitiu uma nota oficial na qual negava a participação dos servidores, garantindo que "no momento da vistoria, foram informados que os animais já haviam sido retirados do espaço pelo proprietário". Porém, tanto Cipriani quanto o dono do imóvel desmentem a informação divulgada pelo Poder Público. "Eles estavam lá sim, não me falaram nada. Se eu soubesse que ia acontecer isso tudo, nem trazia os gatos, só quis ajudar", diz Casagranda.

Segundo ele, os nove animais foram levados para sua propriedade no interior de Muçum. Inicialmente, seriam adotados por conhecidos, mas por serem "grandinhos" acabaram, conforme relato do produtor rural, ficando soltos em suas terras, onde iam "ajudar caçando os ratos".

Questionado a respeito da forma como transportou os gatos, amontoados em sacos que foram depositados no porta-malas do carro, ele justificou que era "uma coisa rápida" e que "não estava muito calor no dia". A viagem de Bento a Muçum leva cerca de uma hora, em um trajeto de 60 quilômetros, sem contar o acesso à localidade onde a família reside, que não foi informada.

Conforme Casagranda, um deles morreu, "porque estava bem fraquinho". Foi justamente um gato cego que Cipriani diz ter implorado para não tirarem dele, por ser um dos que estavam mais apegados, mas que também acabou sendo carregado para o fim até agora incerto.

Um dos gatos era cego e Cipriani diz ter implorado para ficar com ele, por ser um dos mais apegados à família. No entanto, ele também foi ensacado e morreu na viagem. A situação dos outros oito ainda é incerta.

Em meio à toda a polêmica, que ganhou ainda mais força com as cobranças de protetores, o governo avisou que abrirá a sindicância, "apesar de não haver até o momento evidências de irregularidades". A administração também recebeu as fotos mencionadas acima, mas não comentou o fato na declaração publicada nas redes sociais. Antes disso, tinha apenas se limitado a notificar o morador e obrigá-lo a manter apenas quatro gatos em casa, o que também nega, embora esteja escrito na própria notificação.

Também nesta sexta-feira, dia 18, a Patram levou o caso à Polícia Civil, para que abra uma investigação e, se comprovada a participação dos envolvidos, remeta o inquérito ao Ministério Público (MPRS). A própria promotoria também já recebeu antecipadamente uma cópia do material.

Os dias passam e a prefeitura de Bento Gonçalves parece não estar se esforçando para responder às perguntas mais importantes: onde estão os gatos retirados à força da casa no bairro Conceição? Eles ainda estão vivos? O Poder Público bento-gonçalvense fará alguma mobilização para resgatá-los? Diante de tantas dúvidas, o maior temor é de que eles já tenham sido mortos ou abandonados, sem chance de serem salvos.

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