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Fiscalização embarga obra que realizava grande desmatamento sem autorização em Bento Gonçalves

Funcionário da prefeitura de Bento assumiu a responsabilidade pelos atos. Mesmo sem possuir licença operacional, várias máquinas arrancaram árvores em mais de dois hectares.

17/02/2022 às 14h23 Atualizada em 19/02/2022 às 19h25
Por: Marcelo Dargelio
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Máquinas retiraram mais de dois hectares de vegetação sem autorização e não informou quem eram os empresários responsáveis pelo empreendimento
Máquinas retiraram mais de dois hectares de vegetação sem autorização e não informou quem eram os empresários responsáveis pelo empreendimento

Uma área superior a dois hectares foi inteiramente desmatada em Bento Gonçalves sem que a empresa responsável pela obra tivesse sequer autorização prévia por parte da prefeitura municipal. Fiscais da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, policiais da Patrulha Ambiental da Brigada Militar e um representante da Associação Ativista Ecológica de Bento Gonçalves (AAECO) estiveram no local e confirmaram o crime ambiental. A obra foi embargada pelo município.

De acordo com o sargento Vanius Morais de Souza, do 3º Batalhão Ambiental da Brigada Militar, foi recebida a denúncia de um desmatamento irregular às margens da BR 470, nas proximidades das empilhadeiras. Chegando ao local, foram encontrados mais de dois hectares de terra sendo desmatados pela empresa responsável. Foi constatado que não havia licença ambiental ou licença operacional para que os trabalhos fossem realizados. "Esta é a primeira vez que vimos uma área tão grande de desmatamento de forma irregular aqui em Bento Gonçalves", afirmou o sargento.

As máquinas retiraram as árvores, sendo algumas delas nativas, e realizavam a supressão do terreno (ato de retirar uma porção de vegetação de um determinado espaço urbano ou rural, com o intuito de usar a área anteriormente ocupada pela vegetação para construção de empreendimento. No local seriam construídos 40 pavilhões de mil metros quadrados cada um deles. A área desmatada vai das margens da BR 470 até as proximidades com o bairro Verona.

No local onde as árvores foram retiradas seriam construídos 40 pavilhões industriais de mil metros quadrados cada um - Fotos: NB Notícias

 

Funcionário da prefeitura de Bento Gonçalves assumiu a responsabilidade do crime ambiental

Dentro de tudo o que aconteceu, o que mais surpreendeu os fiscais e os policiais da Patram foi a presença de um funcionário da Prefeitura de Bento Gonçalves no local. Alexsandro Portilho, de 43 anos, é servidor concursado e informou que era o responsável por passar as orientações para a empresa que estava realizando a obra. Mesmo estando em horário de serviço, o servidor estava no local da obra e assumiu toda a responsabilidade sobre os crimes ambientais ocorridos. O servidor não informou quem seriam os empresários responsáveis pelo empreendimento. Ele foi enquadrado na lei 9605/98 de crimes ambientais e responderá criminalmente pelo ato.

A indignação tomou conta do ambientalista e secretário da AAECO, Gilnei Rigotto. Ele tinha estado no empreendimento ainda na terça-feira, 15 de fevereiro, quando um dos empresários responsáveis pela obra informou que tinha todas as licenças necessárias para realizar o empreendimento, o que não era verdade. "Esses empresários foram covardes, pois fizeram um crime ambiental muito sério. Eles começaram a trabalhar na área central, a fim de que a vegetação escondesse o crime que estavam realizando. Espero que o Ministério Público haja com rigor contra essas pessoas inescrupulosas. Isso é uma insanidade", finalizou Rigotto.

Policiais do 3º BABM e o representante da AAECO ainda não tinham visto um desmatamento tão grande em Bento Gonçalves

 

O que diz a prefeitura

A reportagem do NB Notícias entrou em contato com a Prefeitura de Bento Gonçalves, que prefere se manter em silêncio até o momento. A única resposta da Assessoria de Comunicação do poder público é de que irá averiguar o fato envolvendo o servidor público e proceder com abertura de procedimento administrativo. Quanto aos detalhes do laudo de embargo da obra, a informação é de que a Secretaria Municipal do Meio Ambiente ainda não vai falar sobre o fato, pois está no processo de análise e levantamento destes dados.

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Maria S..ValleHá 2 anos B.GESPERAMOS QUÊ DIVULGUEM OS NOMES DOS RESPONSAVEIS POR ESSA BARBÁRIE.. INACREDITÁVEL QUÊ O DITO QUE ESTÁ ENCOBRINDO O(EMPRESÁRIO)E SEM UM DOCUMENTO LEGAL EM MÃOS) (COMO TUDO VIRA EM PIZZA EM BENTO).VAMOS CONFIAR NA DEFENSORIA PÚBLICA QUE PUBLIQUE O NOME DO EMPRESÁRIO!!!!!
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