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Luxo no mato é a nova experiência proposta pelo Agroturismo

Iniciativa atrai novos empreendedores para o interior dos Estados, aproveitando que as viagens para longe do centro urbano seguirão em alta para 2022.

30/01/2022 às 10h22 Atualizada em 30/01/2022 às 11h09
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Estadão/Conteúdo
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Cabana Home, glamping localizado em Araçoiaba da Serra, próximo à Sorocaba, no interior de São Paulo - Foto: Amanda Dantas e Marcos Pereira
Cabana Home, glamping localizado em Araçoiaba da Serra, próximo à Sorocaba, no interior de São Paulo - Foto: Amanda Dantas e Marcos Pereira

As restrições impostas pela pandemia da covid-19, somadas a uma maior preocupação com a saúde e o meio ambiente por parte dos brasileiros, têm atraído novos empreendedores ao campo e aquecido o turismo local. Bastante comum no exterior, os chamados ‘glampings’ (espécie de camping com glamour) estão emergindo no interior do Brasil como negócio lucrativo e destino para aqueles que querem ficar mais perto da natureza, sem abrir mão de conforto e segurança. 

Com pouco mais tempo de mercado, a Cabana Home, startup paulista fundada em 2019 e que tem como um dos sócios o ator Felipe Titto, viu o faturamento aumentar durante a pandemia com a maior procura por hospedagens isoladas. A expectativa é que, até o final de 2022, o negócio se expanda para dez novas localizações no interior do Brasil.

O primeiro empreendimento foi construído em 2020, em Araçoiaba da Serra, próximo à Sorocaba, no interior de São Paulo, e contempla seis cabanas distantes 150 metros uma da outra. Em abril, uma nova unidade do negócio será inaugurada em Urubici, na Serra Catarinense. “Enxergamos a tendência do glamping e a força que esse modelo de hospedagem estava ganhando. É um movimento que leva o cliente a querer experiências únicas, de contato com a natureza e em ambientes autênticos. A busca pelo bucólico”, afirma André Nogueira, sócio-administrativo.

As cabanas são equipadas com TV a cabo, frigobar, fogão a lenha, churrasqueira, banheiro individual, entre outras facilidades. As diárias custam a partir de R$ 1.100 para duas pessoas, a depender do tipo de acomodação, e incluem café da manhã. O local ainda conta com um bar e uma conveniência que funcionam em determinados horários. “Mas não há serviço de quarto. Não somos nem queremos ser hotel”, destaca Nogueira.

Há fila de espera de 3 a 6 meses para desfrutar do quarto bolha,mesmo com valor da diária de R$ 2.400 - Foto: Amanda Dantas e Marcos Pereira 

 

Entre os diferenciais do negócio, está a Bolha, uma estrutura patenteada feita com plástico cristal. O valor da diária é de R$ 2.400 e a fila de espera para locação é de três a seis meses. Há também uma estrutura de contêiner montada em uma árvore a nove metros de altura, além de uma cabana subterrânea recém inaugurada.

Black Mamba Loft é atração no meio do mato

Black Mamba oferece três tipos de acomodações no meio da Mata Atlântica, com cozinha, wi-fi, televisão, frigobar e ar-condicionado. Foto: Arthur Jung

 

Outra atração no mesmo estilo é o Black Mamba Loft. Localizado em Carmo da Cachoeira, Sul de Minas Gerais, a 320 km da capital paulista, o empreendimento conta com três tipos de acomodações no meio da Mata Atlântica, equipadas até mesmo com cozinha, wi-fi, televisão, frigobar e ar-condicionado. 

O visitante, além de desfrutar do conforto da estrutura, pode fazer trilhas pela mata nativa, cachoeiras, cafezal e, em breve, pela produção de lúpulo, sem a necessidade de acompanhante. Também não há serviço de hotel no local, por isso é preciso levar a própria comida. Um guia com orientações, dicas de mercados locais e telefones úteis é entregue no ‘check-in’. “Não é camping, nem hotel ou resort. O nosso luxo está no mato, na experiência de vivenciar o agroturismo”, diz José Felipe Carneiro, um dos proprietários do empreendimento.

Segundo a arquiteta Larissa Antonucci, as acomodações são totalmente independentes e integradas à vegetação natural. Duas foram construídas com estruturas de contêineres pré-moldados e vidros e tem 40 metros quadrados cada. A outra é um casarão reformado, originalmente construído entre 1920 e 1930, o que traz uma mistura do moderno com o clássico. “Financeiramente falando, o contêiner hoje não difere muito de uma construção convencional, mas é vantajoso, porque é mais fácil de montar e pode ser transportado para outras áreas do terreno. O que encarece são os acabamentos. Pensamos no que era essencial para uma estadia confortável, como bons colchões e lençóis”, explica a arquiteta.

Viagens ao interior seguirão em alta

Os chamados agroturismo, turismo de bem-estar e turismo de ‘escapada’ são tendências que seguem em alta no Brasil e no mundo com a pandemia. De acordo com o World Travel & Tourism Council (WTTC), somente o turismo de bem-estar deve movimentar mais de US$ 900 milhões mundialmente até o final deste ano. A ideia é desfrutar de lugares, situações e experiências que contribuam para um equilíbrio pessoal, antiestresse e bem-estar geral.

“O turismo de escapada, que são curtas viagens em locais próximos ao de moradia para quebrar a rotina, também foi resgatado e bastante valorizado em meio à imprevisibilidade de fechamentos de fronteiras. É uma oportunidade de não deixar de viajar em tempos de incerteza, com riscos menores de planejamento e investimentos emocional e financeiro”, explica Bianca Dramali, professora de pesquisa e comportamento do consumidor da ESPM Rio.

Por causa do fenômeno anywhere office (escritório em qualquer lugar, em tradução livre), acredita-se que as viagens para o interior do País seguirão em alta nos próximos anos. “As pessoas entenderam o valor das pequenas pausas. A tendência do glamping, uma espécie de camping de luxo, que veio da Europa, caiu como uma luva diante dessa maior valorização da conexão com a natureza, do conforto e do bem-estar”, destaca a especialista. “É uma boa oportunidade até mesmo para as agências de turismo.”

Turistas estão procurando cada vez mais lugares junto à natureza e longe dos agitos - Foto:  Santiago Roig Albuquerque

 

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