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Casos de Sífilis em Bento Gonçalves aumentam drasticamente nos últimos três anos

A doença se encontrava estável até 2013, mas o número de casos aumentou significativamente desde 2014, com um crescimento de 268% em relação a 2013, transformando-se em uma epidemia no município. Até maio deste ano, foram registrados 99 novos casos.

Marcelo Dargelio
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Divulgação
15/12/2018 às 21h01
Casos de Sífilis em Bento Gonçalves aumentam drasticamente nos últimos três anos
Kévin Sganzerla

Os casos de Sífilis no município de Bento Gonçalves tiveram um aumento expressivo nos últimos três anos. Monitorada desde 1999 pela Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde, a doença vinha se mantendo estável até 2013, porém, de 2014 em diante, o número de casos novos aumentou expressivamente, passando de 31 para 114 casos, resultando em um crescimento de 268% em relação ao ano de 2013, conforme dados da Vigilância. 

A doença, causada por uma bactéria chamada Treponema pallidum, tem como principais meios de transmissão relações sexuais sem uso de camisinha e durante a gravidez, da mãe para o feto. Segundo os dados da Vigilância, em 2015 e em 2016, foram registrados 229 casos e 261 casos respectivamente. Em 2017, até maio, já foram notificadas 99 pessoas infectadas pela bactéria. De acordo com o Ministério da Saúde e com a Organização Mundial da Saúde, o aumento da sífilis está ocorrendo em todo o país e globalmente. 

De acordo com o coordenador da Vigilância Epidemiológica do município, José Antônio Rodrigues da Rosa, a doença segue sendo mais diagnosticada entre as mulheres. "O número de casos entre as mulheres é 35% maior do que o masculino. Em 2016, por exemplo, o município registrou 148 mulheres e 113 homens com sífilis. A maior prevalência feminina, provavelmente, decorre do fato das mulheres consultarem os serviços de saúde com maior freqüência do que os homens, sendo, portanto, mais diagnosticadas. Além disso, os exames da sífilis são obrigatórios durante o pré-natal, contribuindo para um maior número de diagnósticos entre as mulheres. Um maior número de casos entre as mulheres, entretanto, não significa que a infecção ocorra em um número menor entre os homens, mas, sim, que ela está sendo menos diagnosticada e notificada neste grupo", afirma o coordenador. 


A faixa etária mais atingida, conforme os dados da Vigilância, são jovens de 20 a 29 anos e adultos entre 30 e 39 anos de idade, que correspondem, respectivamente, a 33,9% e 26,2% do total de casos no município. "É importante ressaltar que, em decorrência do aumento global dos casos de sífilis no município, as taxas da doença também cresceram em todas as faixas etárias. Entre os adolescentes, por exemplo, o número total de casos passou de 13, na década de 2000-2009, para 66 na década de 2010-2016, um aumento de 408%. Na terceira idade, este aumento foi de 560%. Isso mostra a importância de incentivar ações de conscientização para a prevenção das DSTs, desde a juventude, através da educação sexual nas escolas, até a vida adulta, através de campanhas de informação em massa e de distribuição de preservativos", comenta José. 

De acordo com o coordenador, os motivos do aumento não estão totalmente claros. "É importante lembrar que, por ser uma infecção sexualmente transmitida, os casos podem estar crescendo entre a população por fatores como descuido no uso da camisinha e o aumento no número de parceiros sexuais. A diminuição do uso do preservativo é uma tendência em todo o país. Outro aspecto, é a mudança comportamental no relacionamento sexual. Hoje em dia, as pessoas têm um número maior de parceiros sexuais, o que aumenta a chance de se infectarem com a bactéria causadora da sífilis", ressalta José. 

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