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Polícia prende sete integrantes de quadrilha que sequestrava empresários

Grupo criminoso exigiu R$ 1 milhão por casal dono de supermercados e planejava novos sequestros a partir do sistema prisional.

Marcelo Dargelio
Por: Marcelo Dargelio
07/08/2025 às 09h30
Polícia prende sete integrantes de quadrilha que sequestrava empresários
Operação foi realizada em Porto Alegre e mais cinco cidades - Foto: Polícia Civil/Especial

A Polícia Civil prendeu sete pessoas envolvidas em uma quadrilha especializada em sequestros e extorsões contra empresários da Região Metropolitana de Porto Alegre. A operação, coordenada pela 1ª Delegacia de Polícia de Repressão a Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (7), com o cumprimento de 27 ordens judiciais, sendo 13 mandados de prisão preventiva e 14 de busca e apreensão.

O grupo é acusado de sequestrar, em março deste ano, um casal de idosos de 68 e 69 anos, donos de uma rede de supermercados em Gravataí, exigindo R$ 1 milhão pelo resgate. As vítimas foram arrebatadas no trajeto entre o estabelecimento comercial e a residência e levadas para um cativeiro no Litoral Norte, na zona rural de Santo Antônio da Patrulha. Após mais de 24 horas de terror, o casal foi resgatado com vida por equipes da Polícia Civil e da Brigada Militar. A família não chegou a pagar o valor exigido pelos criminosos.

A investigação revelou que o sequestro foi minuciosamente planejado ao longo de semanas, com uso de informações privilegiadas fornecidas por uma funcionária da empresa das vítimas. Imagens de câmeras de segurança mostraram a funcionária fotografando o casal momentos antes do crime, auxiliando diretamente no momento do arrebatamento.

Segundo a delegada Isadora Galian, responsável pela investigação, um dos líderes do grupo operava de dentro da Penitenciária Modulada Estadual de Charqueadas, coordenando o crime com apoio de celulares. “O apenado mantinha contato direto com os executores, orientando desde o planejamento até a execução do sequestro”, afirma.

Durante o cativeiro, os criminosos mantiveram o casal sob ameaça constante, com armas de fogo, e coagiram os familiares por telefone, alegando que as vítimas seriam mortas caso o valor do resgate não fosse pago. A frieza da quadrilha impressionou os investigadores, que encontraram áudios nos quais os criminosos sugeriam torturas físicas e mutilações, como "arrancar o dedo" da vítima para abrir um cofre.

Além das quatro pessoas presas logo após o crime — incluindo a funcionária do casal — as investigações identificaram mais 13 envolvidos. Um dos suspeitos tem passagens por homicídio, roubo e porte ilegal de arma. Conversas interceptadas indicam que o grupo planejava ao menos outros 10 sequestros, com alvos que incluíam um médico e uma influenciadora digital. Foram localizados materiais com informações detalhadas sobre a rotina dessas possíveis novas vítimas, incluindo imagens e croquis da residência.

“A quadrilha era extremamente organizada e perigosa, com membros dentro e fora do sistema prisional. Conseguimos identificar a estrutura e desarticular esse núcleo, evitando novos crimes. A operação não apenas prende os executores, mas atinge o coração dessa organização criminosa”, enfatiza a delegada Isadora Galian.

A operação foi realizada simultaneamente em Porto Alegre, Gravataí, Viamão, Santo Antônio da Patrulha, São Jerônimo e Charqueadas. Com a prisão dos sete integrantes nesta quinta-feira, sobe para 11 o número de presos ligados diretamente ao sequestro do casal de Gravataí.

A Polícia Civil segue com as investigações para localizar foragidos e garantir o desmonte completo da quadrilha, que usava métodos sofisticados de vigilância, comunicação e execução. A ação reforça a atenção das autoridades sobre a participação ativa de presos em crimes externos, por meio de celulares e articulações com comparsas em liberdade.

A força-tarefa visa não apenas responsabilizar os envolvidos, mas também prevenir futuros sequestros na Região Metropolitana e no Litoral Norte, zonas de atuação predominante do grupo. A operação foi considerada um marco no combate a organizações criminosas especializadas em extorsão mediante sequestro no Rio Grande do Sul.

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