A cada semana, a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa), fundação vinculada à Secretaria da Cultura (Sedac), convida um maestro diferente para reger um concerto. Nos próximos meses, três nomes vão estender a sua estadia por duas semanas para trabalhar por mais tempo na orquestra e comandar, cada um, duas apresentações: o inglês Neil Thomson (em 13 e 21/6), a grega Zoe Zeniodi (em 18 e 25/8) e o norte-americano Jonathan Girard (em 22 e 29/8). Os ingressos para todas as apresentações já estão à venda pelo Sympla .
O primeiro maestro, Thomson, já começa a ensaiar com a Ospa em 10 de junho para preparar o concerto Sombra das Águas, marcado para sexta-feira (13/6). Na semana seguinte, em 21 de junho, ele rege Schubert, Schumann & Guerra-Peixe.
Nascido em Londres, Thomson estudou violino na Royal Academy of Music e regência no Royal College of Music. Já regeu as renomadas London Symphony Orchestra e London Philharmonic Orchestra. Atualmente, está envolvido na gravação de álbuns de música brasileira para o selo Naxos Records, como parte da sérieBrasil em Concerto. É regente titular e diretor artístico da Orquestra Filarmônica de Goiás, além de atuar como professor de regência no Los Angeles Conducting Workshop e na Dresden Dirigierakademie.
Em Porto Alegre, Thomson celebra a oportunidade de poder ensaiar com a orquestra por mais tempo. “Como maestro convidado, muitas vezes você sente que está apenas começando a construir um relacionamento com um grupo e então é hora de voltar para casa. Daí, talvez você só os veja depois de mais dois anos. Por isso, ter um período concentrado para trabalhar com um grupo é realmente algo especial”, comemora.
ConcertoSombra das Águas (sexta-feira, 13 de junho, às 20h)
O programa de Sombra das Águas combina música contemporânea brasileira com um clássico inglês: a Sinfonia Londres, de Ralph Vaughan Williams. A primeira obra, Malabares, de Silvia Berg, é uma homenagem ao Palhaço Piolin, um ícone do circo no Brasil. Foi estreada em 2009 pela Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto e, segundo sua compositora, “explora texturas sonoras em diversas camadas, que se sobrepõem e se transformam em diferentes velocidades, evocando plasticidade, movimento e a precisão da arte dos malabares”.
Escrita entre junho e setembro de 2024 pelo professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e renomado violonista Daniel Wolff, Concertomeridional é a segunda peça do programa. A enchente que afetou o Rio Grande do Sul em maio do ano passado foi uma importante inspiração para o trabalho, que retrata em música não apenas as chuvas torrenciais, mas a força e solidariedade do povo gaúcho. Na obra, Wolff estará no palco da Casa da Ospa como solista convidado.
O concerto é finalizado com uma obra da terra natal de Thomson. A Sinfonia nº 2 de Vaughan Williams, também conhecida como Sinfonia Londres, é um retrato musical da capital inglesa às vésperas da Primeira Guerra Mundial. “Williams usa o som de vendedores da rua, canções populares e até mesmo do Big Ben para capturar a atmosfera desse mundo”, descreve Thomson.
O historiador e professor da UFRGS Francisco Marshall apresentará mais informações sobre o programa na palestra Notas de Concerto, que ocorre uma hora antes da apresentação, às 19h, na Sala de Recitais. O encontro pode ser acompanhado presencialmente, com o mesmo ingresso válido para o concerto, e também pela transmissão ao vivo no canal da Ospa do YouTube .
ConcertoSchubert, Schumann e Guerra-Peixe (sábado, 21 de junho, às 17h)
O segundo concerto a ser regido por Thomson também combina clássicos europeus com sons brasileiros. Do austríaco Franz Schubert, a Ospa interpreta a Abertura Rosamunde, derivada da música incidental feita em 1823 para uma peça de mesmo nome. Em seguida, o violoncelista sérvio-americano Viktor Uzur sobe ao palco para interpretar junto à orquestra oConcerto paravioloncelo eorquestra em LáMenor. Para o músico, a peça composta em 1950 “é uma das composições mais românticas e exigentes já escritas para violoncelo”.
Na segunda parte do concerto, o maestro conduz a Ospa por uma obra-prima do repertório nacional, Aretirada da Laguna, de César Guerra-Peixe, inspirada em um episódio da Guerra do Paraguai. “Guerra-Peixe criou uma imensa suíte sinfônica que capta o drama, a tragédia e, por fim, um sentimento de esperança por um mundo melhor, em uma das músicas mais vívidas e descritivas que conheço”, avalia Thomson.
Antes do concerto, às 16h, o violoncelista Murilo Alves participa do projeto Notas de Concerto, trazendo detalhes sobre o programa na Sala de Recitais da Casa da Ospa.
ConcertoSombra das Águas
Quando: sexta-feira (13/6), às 20h
Palestra Notas de Concerto: às 19h, com Francisco Marshall
Local: Sala Sinfônica do Complexo Cultural Casa da Ospa (Caff – Av. Borges de Medeiros, 1.501, Porto Alegre)
Ingressos: de R$ 10 a R$ 50, disponíveis nesta página ou na Casa da Ospa no dia do evento, a partir das 15h.
Transmissão ao vivo: canal da Ospa no YouTube
Mais informações: Programa do concerto
ConcertoSchubert, Schumann e Guerra-Peixe
Quando: sábado (21/6), às 17h
Palestra Notas de Concerto: às 16h, com Murilo Alves
Local: Sala Sinfônica do Complexo Cultural Casa da Ospa
Ingressos: de R$ 10 a R$ 50, disponíveis nesta página ou na Casa da Ospa no dia do evento, a partir das 12h.
Transmissão ao vivo: canal da Ospa no YouTube
Mais informações: Programa do concerto
Texto: Ascom Ospa
Edição: Secom