O início desta quarta-feira, 27, foi marcado pela operação da Polícia Federal (PF) que mirou apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. A corporação cumpriu 29 mandados de busca e apreensão em seis estados do país, no âmbito do Inquérito 4.781, conhecido como inquérito das fake news, que corre no Supremo Tribunal Federal (STF). A investigação é relatada pelo ministro Alexandre de Moraes, que autorizou as ações. Entre os investigados, além do dono da Havan, Luciano Hang, deputados e artistas, está um ex-morador de Monte Belo do Sul, o jornalista Allan Santos.
Nesta semana, a investigação chegou a aliados e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, que estariam envolvidos na disseminação das notícias falsas. Entre os alvos dos mandados de busca e apreensão estavam as residências de Luciano Hang, dono da Havan; do ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB, que negocia o apoio de seu partido a Bolsonaro); do blogueiro e jornalista Allan dos Santos (do site Terça Livre); e o gabinete do deputado estadual Douglas Garcia, de São Paulo.
Ao cumprir os mandados, a PF apreendeu computadores e celulares. Os alvos da operação negaram qualquer envolvimento com o esquema de disseminação de fake news. O inquérito também deve colher os depoimentos de deputados bolsonaristas. Entre eles estão Bia Kicis (PSL-DF), Carla Zambelli (PSL-SP), Filipe Barros (PSL-PR) e Luiz Phillipe de Orleans e Bragança (PSL-SP).
Allan Santos morou em Monte Belo do Sul e atuou fortemente em Bento Gonçalves durante as manifestações contra o governo do presidente Michel Temer. Ele era um dos líderes dos movimentos que organizaram carreatas nas ruas da cidade em 2018. Ele é o jornalista responsável pelo site Terça Livre e um amigo pessoal de Eduardo Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro.
Na manhã desta quarta-feira, 27, agentes da Polícia Federal esteve na sede do Terça Livre, em Brasília, e apreendeu celulares e computadores do veículo e do jornalista Allan dos Santos. Em entrevista coletiva em frente à sua casa, Santos declarou que considera ilegal a atitude tomada pelo STF. “Estamos mostrando o quão frágil é a Constituição e quem tem que defendê-la é a Suprema Corte, mas o Alexandre de Moraes (ministro do STF) a está atacando. É o maior ataque que a Corte já realizou em toda a história do Brasil”, resumiu o jornalista.