A pandemia do coronavírus está fazendo estragos financeiros em várias empresas mundo afora e em Bento Gonçalves não é diferente. Um dos estabelecimentos antigidos pela crise financeira é o único hospital da cidade, o Tacchini Sistema de Saúde. Recentemente, a casa de saúde anunciou a redução de salários em até 70% em alguns casos e a suspensão de contratos de trabalho por até 60 dias de alguns colaboradores.
A medida só foi possível graças à adesão ao plano de socorro emergencial oferecido pelo Governo Federal. De acordo com a nota oficial divulgada pelo hospital, foi a única alternativa encontrada para evitar que as demissões acontecessem. No documento, a direção da casa de saúde revela que apenas no mês de abril, foi perdida 38% da receita em função do estado de prontidão para os casos de coronavírus adotados desde meados de março. Ou seja, com a aproximação do novo Coronavírus, foram cancelados procedimentos eletivos, exames, tratamentos ambulatoriais e esvaziado ao máximo a ocupação dos leitos afim de que a estrutura estivesse preparada para receber as demandas de novos pacientes. Essas medidas produziram um efeito cascata, atingindo diversos setores, que passaram a ver reduzido o volume de trabalho.
Na nota a superintendência do hospital explica que as ações se mostraram eficazes, mas motivaram também uma queda vertiginosa na arrecadação. Enquanto isso, os custos fixos da instituição aumentaram em função da disparada no valor dos Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs). Em abril, as receitas e despesas se cruzaram a tal ponto que tornou-se impossível seguir sem algumas medidas para readequar a folha de pagamento, principal despesa do Tacchini Sistema de Saúde.
Para evitar demissões, a alternativa foi ajustar as jornadas de trabalho à nova demanda por até 90 dias. Em alguns casos, colaboradores vão se enquadrar na redução de 25%, outros na de 50% e alguns na de 70%. Além disso, outra parcela de funcionários, cuja atividade foi afetada por completo pela pandemia de Coronavírus, terão contratos suspensos por 60 dias. Em todos os casos há complementação de salário por meio de programa do governo federal.
"Esta é uma carta que não gostaríamos de escrever, mas as ações se fazem necessárias para que, além de salvar vidas, continuemos a salvar também empregos. Vamos continuar remando com todas nossas forças contra a onda de demissões que atinge hospitais por todo Brasil, porque sabemos da competência dos nossos colaboradores e temos a certeza de que, passado o momento de turbulência, vamos precisar muito da força de trabalho de cada um para continuarmos sendo referência para a comunidade da região", escreveu a direção do Tacchini Sistema de Saude.