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DEIC realiza estranha operação em Bento Gonçalves

Adenir José Dalllé, prefeito eleito de Monte Belo do Sul, precisou pagar fiança após ser preso com uma espingarda calibre 36.

Marcelo Dargelio
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Marcelo Dargelio
15/12/2018 às 21h01
DEIC realiza estranha operação em Bento Gonçalves
Marcelo Dargelio

Uma estranha operação realizada pela Delegacia Fazendária do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) na manhã desta segunda-feira, 10, prendeu o prefeito eleito de Monte Belo do Sul, Adenir José Dallé, de 52 anos. A ação seria para cumprir um mandado de busca referente a um suposto desvio de verba pública, mas Dallé acabou preso por portar uma antiga espingarda calibre 36 sem registro. Ele foi liberado após pagar fiança de R$ 1,5 mil.

Cerca de 15 policiais cumprem, na manhã desta segunda-feira, três mandados de busca e apreensão — dois no bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre, na casa e escritório de um ex-procurador do município, cujo nome não foi divulgado, e um em Bento Gonçalves, na residência do prefeito eleito Adenir José Dallé (PMDB), que havia sido prefeito até 2012. Um delegado e cinco policiais saíram ainda na madrugada desta segunda-feira, 10, de Porto Alegre e chegaram até a casa de Dallé por volta das 6h50min.

Os policiais procuraram documentos, mas não encontraram nada no local. Durante a revista do imóvel, os policiais encontraram uma espingarda calibre 36 e alguns cartuchos da arma. Com isso, foi dada voz de prisão em flagrante ao prefeito eleito por porte ilegal de arma. Dallé foi levado para a Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA). O titular da DPPA, delegado Arthur Reguze, arbitrou fiança de R$ 1,5 mil, que foi paga por ele. Adenir José Dallé responderá ao processo em liberdade.

Oficialmente, a operação buscava documentos que comprovem uma suposta fraude na Prefeitura de Monte Belo do Sul. Em 2009, a cidade entrou com uma ação trabalhista contra o INSS e ganhou, mas o ex-procurador do município recebeu diretamente em sua conta bancária o dinheiro dos honorários, que deveria ter sido repassado para os cofres do município. Os policiais investigam se há algum tipo de associação entre o ex-procurador e Adenir José Dallé e se o desvio foi feito com a conivência do prefeito eleito na antiga administração.

A reportagem do Notícias de Bento tentou contato várias vezes na manhã desta segunda-feira, 10, com o delegado Daniel Mendelski, responsável pela operação para esclarecer algumas questões da ação e o seu modus operandi, mas não obteve sucesso. Na única vez que atendeu nossa ligação, o delegado disse apenas estar muito ocupado e que não poderia falar no momento.

Dallé ficou surpreso com ação policial

O prefeito eleito de Monte Belo do Sul, Adenir José Dallé, afirma ter sido pego de surpresa com a ação policial. Ele alega que levou um susto ao ver o aparato policial que estava em sua residência. Para ele, a situação sobre os recursos dos honorários da ação trabalhista estavam resolvidos desde o mês de abril deste ano, quando teve cerca de R$ 14 mil bloqueados e retirados de sua conta corrente por determinação judicial. Dallé perdeu uma ação feita pelo Tribunal de Contas do Estado, que exigia a devolução dos recursos aos cofres da Prefeitura de Monte Belo do Sul.

Em relação à investigação policial, Dallé afirma desconhecer o andamento do inquérito. O prefeito eleito de Monte Belo do Sul revela que desde 2009 nunca recebeu uma intimação policial para prestar depoimento sobre o caso e nem tinha sido comunicado do andamento de qualquer tipo de investigação a respeito do fato. "Meus advogados entraram com recurso apenas na ação impetrada pelo Tribunal de Contas. Achei muito estranho porque nunca fui chamado para prestar depoimento pelo delegado e nem tomei conhecimento de que existia um inquérito policial sobre este processo. Apesar de tudo, estamos tranquilos, porque esta questão para mim já estava encerrada", afirma o prefeito eleito.

Sobre a arma apreendida em sua residência e provocou a prisão em flagrante, Adenir José Dallé explica que ela é uma espingarda com quase 50 anos e que era de seu pai, que faleceu há três anos. Ela estava na casa de seu pai, que não é mais habitada, por isso, recentemente foi até o imóvel e pegou o armamento, trazendo para sua casa, para posterior entrega na Polícia Federal. "Como estava envolvido com as questões eleitorais, a arma acabou ficando lá em casa por mais tempo do que devia. Mas de nenhuma foram ela era utilizada por ninguém da minha família", declara Dallé.

O titular da DPPA, delegado Arthur Reguze, afirma que é comum serem encontradas armas antigas em residências do interior do município. Normalmente, este armamento era de um pai ou um avô e acaba ficando na casa dos familiares. Reguze alerta que para garantir a própria segurança das famílias, o indicado é fazer a entrega do armamento na Polícia Federal, a fim de evitar problemas como o ocorrido com o prefeito eleito de Monte Belo do Sul. 

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