Uma solução simples e barata, mas que poderá salvar muitas vidas na luta contra o coronavírus. Assim pode ser definida a criação de um objeto que vai multiplicar o uso dos respiradores disponíveis na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e também no Hospital Tacchini. A iniciativa só foi possível graças à união do poder público e da iniciativa privada.
De acordo com o secretário municipal de saúde Diogo Segabinazzi Siqueira, a ideia partiu do coordenador da UPA de Bento Gonçalves, Amauri Vargas, que leu um artigo sobre como a Itália multiplicou o número de pacientes atendidos com essa técnica, de forma que um equipamento sirva para mais de um paciente. Foi feito contato com o diretor da Meber Metais, Márcio Chiaramonte, que rapidamente apresentou uma alternativa que vai permitir que não dois, mas três pacientes possam utilizar o mesmo respiradorem caso de atendimento emergencial.
Segundo Chiaramonte, a engenharia do projeto foi simples e pode ser solucionado com materiais encontrados nas lojas de materiais de construção. A adaptação, que funciona em formato de um "T", fois testada e funcionou perfeitamente. Atualmente, o Hospital Tacchini possui 40 respiradores e a UPA 24 Horas outros cinco. Com o auxílio do novo equipamento, em vez de 45, caso seja necessário, 135 pessoas poderão utilizar os respiradores ao mesmo tempo. "Com isso, vamos, no mínimo, triplicar o número de vidas salvas, caso precisemos utilizar os equipamentos em sua carga máxima", destacou o diretor da Meber Metais.
Empresariado envolvido nos projetos
A força do empresariado bento-gonçalvense tem feito a diferença neste momento de crise. Capitaneados pelo presidente do CIC-BG, Rogério Capoani, os empresários estão criando alternativas até então impensadas até mesmo para o Hospital Tacchini, que é privado, e também para a UPA 24 Horas.
Além da construção dos 40 leitos para abrigar pacientes que necessitem de isolamento, toda a parte de metais para os baneiros foi doada. Além disso, era necessária uma maca com isolamento para o transporte de pacientes infectados, evitando o risco de contaminação. Três empresas se prontificaram e já estão desenvolvendo o equipamento, que será utilizado em caso de necessidade de transferências para os quartos de isolamento.