O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, informou nesta sexta-feira, 20, que o sistema de saúde brasileiro deve entrar em "colapso" no fim de abril. A informação foi divulgada em videoconferência com empresários, da qual também participou o presidente Jair Bolsonaro. Ele disse que, para evitar tal colapso, pode ser necessário "segurar a movimentação" das pessoas. Em apenas um dia, o número de casos saltou de 621 para 904 no país e a expectativa é que neste sábado, 21, oaumento seja ainda maior.
Segundo Mandetta, uma medida restritiva como essa, com duração de 14 dias, terá impacto 28 dias depois, porque a cadeia de transmissão é sustentada e, pode ser quebrada com o isolamento social das peeosas. "Estamos modelando com o ministro Braga Netto [Casa Civil] e Ministério da Economia, para ver se trabalhamos com algumas interrupções, caminhando um pouco, parando um pouco, segurando ao máximo os idosos, que são eles que levam ao colapso do sistema", afirmou.
Na oportunidade, o ministro explicou que o colapso não é o caos total da saúde no Brasil. "O colapso é quando você tem o dinheiro, o plano de saúde, a ordem judicial, mas não tem onde entrar para se tratar", explicou Mandetta.
O ministro detalhou como deve ser a onda de contaminação que está por vir. "A gente imagina que ela (a doença) vai pegar velocidade e subir nos próximos dias. A gente deve entrar em abril e iniciar uma subida muito rápida. Essa subida rápida vai durar o mês de abril, o mês de maio e o mês de junho, quando a contaminação pelo coronavírus vai começar a ter uma tendência de desaceleração. No mês de julho, ela deve começar o platô. Em agosto, esse platô vai começar a mostrar tendência de queda e aí a queda em setembro é uma queda profunda, tal qual foi a queda de março da China", resumiu Mandetta.
Por outro lado, a queda no número de contaminação por coronavírus deverá ocorrer só em setembro. "O vírus tem um padrão de transmissão muito competente, e que cada pessoa, quando em movimento normal, o vírus faz um espiral, uma curva de 90 graus, pega ar e sobe. Nós ainda não estamos nela. São Paulo está fazendo o início do seu redemoinho", apontou.