Em uma ação conjunta, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) e o Ministério da Saúde deram início, nesta segunda-feira, 3 de fevereiro, à campanha "Tudo tem seu tempo: adolescência primeiro, gravidez depois". A ação, cujo objetivo é sensibilizar adolescentes, pais e responsáveis sobre os riscos de uma gravidez não programada, conta com R$ 3,5 milhões de investimento.
Associada à Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, instituída pelo governo no último ano, a campanha terá material publicitário veiculado em redes sociais, outdoors e televisão aberta durante todo o mês de fevereiro. Em meio a críticas ao programa, a ministra Damares Alves afirmou que a "ideia não nasceu de um insight, uma loucura, de uma ministra fundamentalista, radical ou moralista", e defende que a pauta da campanha não é moral.
Desde que foi anunciada, a campanha abriu espaço para a interpretação de que seria voltada à abstinência sexual entre adolescentes. Mandetta, no entanto, afirmou que isso foi uma "interpretação" e que as duas pastas não falaram em "proibição". "O que foi dito é: há tempo para tudo, adolescência não combina com gravidez”, destacou o ministro da Saúde.
"Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), o Brasil está acima da média mundial, que é de 46 nascimentos para cada mil adolescentes e jovens mulheres. O índice brasileiro chega a 68,4 nascimentos a cada mil adolescentes. É o maior índice da América Latina.Ainda de acordo com a OPAS, mais da metade das gestações em adolescentes brasileiras não são planejadas, e a tendência é que muitas dessas mães acabem abandonando a escola."Não vejo muita base científica nessa discussão que quer diminuir o tamanho do problema e o tamanho do enfrentamento. Quer dizer que nós deveríamos, então, falar ao público de 12 anos: 'peça uma pílula anticoncepcional, coloque um DIU', 'menino, você já tem três filhos, faça uma vasectomia''', disse o ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta. "Não é assim que funciona".