O encerramento do Primeiro Ciclo de Encontros com Produtores Rurais da Serra Gaúcha foi realizado no auditório da Embrapa Uva e Vinho, em Bento Gonçalves. O projeto foi promovido pelo Sindicato Rural da Serra Gaúcha, Prefeitura de Bento Gonçalves, Emater, Embrapa, Instituto Federal do Rio Grande do Sul – Campus de Bento Gonçalves, Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi), Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), CREA-RS, Associação dos Engenheiros Agrônomos do Rio Grande do Sul, Senar, Sistema Farsul e Inpev.
O ciclo de palestras iniciou em 3 de junho deste ano e contou com a participação de dezenas de produtores do interior de Bento Gonçalves, Pinto Bandeira, Carlos Barbosa, Monte Belo do Sul, Santa Tereza e Garibaldi. O tema abordado nos encontros foi uso do agrotóxico quanto o receituário agronômico, armazenamento e logística das embalagens vazias. A principal reivindicação dos produtores é quanto à necessidade de adequação da norma fiscalizadora emitida pelo CREA, de número 2/2015, que foi pautada principalmente pelo artigo 1º desta norma que diz que a condição de interpretação e a responsabilidade de exigibilidade exclusiva do profissional técnico e não do produtor, uma vez que este seria o contratante do serviço profissional.
O entendimento e reivindicação dos produtores é quanto a necessidade de adequação da norma a realidade da região de pequenas e médias propriedades, uma vez que a norma apresenta dificuldade e exige de imediato o aumento do número de profissionais para essa demanda. Durante os encontros foi apontado que não há técnicos suficientes para realizar a visita prévia para diagnóstico precisos e rápidos, sob pena de perda da produção. E mais, sujeita o produtor à insuficiência de produto no mercado, o que irá acarretar no aumento do custo da produção, seja por emissão de ART ou até mesmo pela impossibilidade de barganhar preço na quantidade adquirida, considerando que o custo já é superior à venda e como consequência pode haver a perda completa da produção.
Outro ponto importante é o depósito de defensivos no que determina a NR-31 e as exigências da ABNT 9843-3:2013, sendo difícil a adequação das normas federais à região, que é de pequeno e médio produtor com pequenas áreas para o seu trabalho. A maior parte dos produtores entende que é difícil respeitar a distância de 30 metros. Nos encontros foi muito ouvido: “distante 30 metros da minha casa e a cinco do vizinho”.
Os produtores salientaram que há falha na divulgação do recolhimento, atualmente trabalhado em conjunto com as secretarias municipais, porém sobre o conhecimento de que a responsabilidade de recolhimento das embalagens vazias é do fornecedor. Ficou evidenciado que a entrega remetida à Central de Vacaria é difícil para o produtor.