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Polícia Federal põe fim à ilusão de ganhar dinheiro fácil da Indeal

Empresa de Novo Hamburgo prometia lucros de até 15% ao mês a investidores. Em Bento Gonçalves, vários empresários fizeram aportes na empresa, em média de R$ 100 mil..

Marcelo Dargelio
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Divulgação
21/05/2019 às 21h31 Atualizada em 10/08/2019 às 14h30
Polícia Federal põe fim à ilusão de ganhar dinheiro fácil da Indeal
Divulgação

Dezenas de objetos de luxo e uma grande quantia em dinheiro foram apreendidos nesta terça-feira, 21, em operação desencadeada contra a empresa Indeal, com sede em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos. A empresa prometia lucros de 15% aos mês para investimentos em criptomoeda, mas a operação financeira não é autorizada pelo Banco Central. De acordo com a Polícia Federal, parte do dinheiro seria aplicada em investimentos convencionais. As informações são de GauchaZH e Polícia Federal

No total, 10 pessoas foram presas na operação. São cinco sócios, sendo que dois deles são casados. Outras três pessoas presas são esposas de sócios e demais colaboradores, segundo a PF. Em 15 meses, a Indeal recebeu mais de R$ 1 bilhão em três contas bancárias. Deste valor, estimado pelo auditor fiscal da Receita Federal Heverton Luiz Caberlon, pelo menos R$ 850 milhões foram movimentados entre fevereiro de 2018 e fevereiro de 2019 e estão comprovados pela quebra do sigilo bancário obtida pela PF. Segundo Caberlon, atualmente a empresa não tem como devolver o que foi pago aos investidores. "São R$ 300 milhões somente para que a empresa pudesse saldar os investidores que fizeram o aporte", observa Caberlon.

Além dos crimes de operação de instituição financeira sem autorização legal, gestão fraudulenta, apropriação indébita financeira, lavagem de dinheiro e organização criminosa, o inquérito apura o envolvimento de pessoas que teriam tentado obter informações sigilosas da investigação e que foram identificadas.

Segundo o delegado da Receita Federal Eduardo Godoy Correia, só foi identificado investimentos em criptomoedas a partir de fevereiro deste ano, quando o Ministério Público Federal (MPF) anunciou que a Indeal era uma das empresas investigadas em esquema de pirâmide. "Dos R$ 850 milhões aplicados na empresa, não chegou a 10% o total investido em criptomoedas", afirmou.

Extratos bancários demonstram compras de alto valor por parte dos investigados. Entre os objetos, está um anel de ouro feminino de R$ 175 mil, um relógio de pulso masculino de R$ 250 mil e mais de R$ 1,1 milhão em esmeraldas — R$ 500 mil para  esposa de um sócio e R$ 600 mil para outro sócio. Ao todo, os investigadores identificaram seis transferências no valor de R$ 849 mil para uma empresa que vende joias.

Um outro participante da empresa desembolsou R$ 960 mil em uma loja de grife em São Paulo. Pelo menos 36 carros foram apreendidos durante a ofensiva - 35 no Rio Grande do Sul e um em São Paulo. Entre os automóveis, há modelos de luxo, um deles avaliado em R$ 500 mil. Cerca de 60 imóveis foram localizados em nomes de sócios ou pessoas diretamente ligadas aos empresários. Entre os imóveis adquiridos está um apartamento de R$ 6,5 milhões em Florianópolis, em Santa Catarina; uma mansão estimada em R$ 3,5 milhões em Novo Hamburgo e outra casa de R$ 1,5 milhão em Estância Velha. Um colaborador teria comprado, segundo a PF, em Porto Alegre, um imóvel de R$ 1,5 milhão. A investigação agora tenta o sequestro desses bens para ressarcir o possível prejuízo dos investidores. Foram apreendidos R$ 828 mil em dinheiro, 12.310 euros, 31.953 dólares e 5.340 francos suíços.

Em Bento Gonçalves, vários representantes da Indeal ofereciam o investimento a empresários, médicos e dentistas. Muitos deles fizeram aportes financeiros na empresa de Novo Hamburgo. Em média, o investimento girava em torno de R$ 100 mil.

Como funcionava o esquema

Isca

Representantes da empresa contatariam possíveis clientes para participar de uma reunião, onde o negócio seria apresentado.

Encontro

Na reunião, pessoas que participariam do negócio relatariam lucros e vantagens na tentativa de convencer as vítimas.

Parâmetros do acordo

Pelo menos 15% de lucro ao mês, em cima do valor investido pelo cliente, seria oferecido. Outros 5% poderiam ser incluídos em caso da indicação de mais pessoas para investir. Outros 2% ou 3% poderiam ser acrescentados nesse montante caso o investidor também atuasse como captador de novos clientes.

Pagamento

O investidor assina o contrato — reconhecido em cartório — e faz o depósito em conta bancária. A empresa alegava que o valor seria investido em criptomoedas. O trâmite no cartório seria usado para dar ares de credibilidade ao esquema.


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