O vereador Moacir Camerini (PDT) tem sido o nome mais falado nos corredores da Câmara de Vereadores nas últimas semanas. Após o atrito com seus ex-assessores de gabinete, agora o parlamentar se vê envolvido em mais uma situação inusitada. Os integrantes da Comissão de Ética do Legislativo aprovaram mais uma punição ao edil, que pode vir a ser o primeiro parlamentar a ser suspenso de suas atividades como vereador na história da Casa do Povo.
A decisão se Camerini será ou não punido ficará a cargo dos 16 vereadores do Legislativo. A Comissão de Ética entendeu que é passível de punição o ato cometido pelo vereador do PDT, onde ele acusou o vereador Anderson Zanella (PSD), de ser o diretor de uma cooperativa, que na época foi responsável pelo desvio de quase R$ 20 milhões dos cofres públicos. Na apuração da comissão, ficou comprovado que Zanella não era dirigente da cooperativa citada pelo vereador, o que resultou na aprovação do relatório feito pelo vereador Jocelito Tonietto (PDT).
Segundo o presidente da Câmara, Rafael Pasqualotto (Progressistas), com a parecer da Comissão de Ética, quem decide o futuro de Camerini são os 16 vereadores. Em caso de aprovação da punição em plenário, o vereador do PDT poderá ter seus direitos políticos suspensos por até 30 dias. Pasqualotto explica que isso acontece porque o parlamentar já foi advertido duas vezes e a próxima punição prevista no Regimento Interno da Casa é a suspensão. “Não é comum isso acontecer. Não tenho referências na história moderna da Câmara de Vereadores que isso tenha acontecido”, destaca o presidente.
Camerini promete recorrer à justiça
O vereador Moacir Camerini se diz tranquilo, apesar da pressão política que vem sofrendo. Ele se considera perseguido por ser o único vereador de oposição forte ao governo do prefeito Guilherme Pasin. O parlamentar afirma que coisas muito mais graves ocorreram no Legislativo e os vereadores envolvidos no máximo foram advertidos. “É interessante que quando acontece com o Camerini transformam a situação num tsunami, com os demais não passa de uma marolinha”, alfineta o vereador.
Caso a suspensão dos direitos políticos por 30 dias seja confirmada em plenário, ele deverá recorrer à justiça para continuar no cargo. “Vamos entrar com um mandado para garantir minha legitimidade em legislar. Estão querendo calar a única voz que faz oposição aberta ao prefeito, por isso usam destes mecanismos para me derrubar. Mas já aviso, não vão conseguir”, finalizou o vereador do PDT.