Dois assessores do vereador Moacir Camerini (PDT) denunciaram o parlamentar ao Ministério Público do Trabalho (MPT). O motivo teria sido o impedimento deles ingressarem na Câmara de Vereadores e também por assédio moral. O caso será investigado pelo MPT.
A denúncia foi feita pelos assessores Dênis Alex de Oliveira e Jorge De Mattos, que atuavam há vários anos com Camerini. Segundo eles, na segunda-feira, 8, ambos foram impedidos pelo vereador de ingressar na Câmara de Vereadores. Os assessores revelaram na denúncia que além de impedir o acesso, o parlamentar teria pedido os crachás-ponto dos servidores e as chaves do gabinete, afirmando que os dois estavam suspensos de suas atividades até a segunda-feira, 15, quando o vereador faria uma reunião com eles para decidir se ambos permaneceriam trabalhando para ele ou não.
Oliveira e Mattos relataram no Ministério Público do Trabalho que continuaram na Casa do Povo, com o objetivo de trabalhar e entender o motivo da suspensão, porém nada lhes foi dito. Na terça-feira, 9, os dois retornaram à Câmara e pediram informações ao presidente do Legislativo, Rafael Pasqualotto, que comunicou ter recebido um ofício do vereador Camerini informando da suspensão dos servidores e pedindo o desconto dos vencimentos referentes aos dias não trabalhados.
Diante da situação, Pasqualotto solicitou uma orientação técnica ao Instituto Gamma de Assessoria a Órgãos Públicos (IGAM) a respeito do assunto, onde foi constatada a ilegalidade da ação tomada por Camerini, culminando na devolução dos crachás aos servidores e a consequente volta ao trabalho, com o aceite das justificativas e o pagamento do salário referente aos dois dias.
A denúncia no MPT foi feita na quinta-feira, 11. Além da situação em si, os assessores afirmam que ao longo dos anos vêm sofrendo com o forte assédio moral do vereador. Segundo eles relataram na denúncia, Camerini fazia terrorismo psicológico com os assessores, durante os finais de semana, feriados, férias e até de madrugada. Os assessores afirma que irão entregar farto material em áudio e conversas de Whatsapp onde sofreram assédio moral e ameaças de todo o tipo cometidas pelo parlamentar.
O que diz Camerini sobre o caso
O vereador Moacir Camerini (PDT) alega que tinha comunicado o afastamento dos servidores por meio de ofício à presidência da Câmara na segunda-feira, 8. Segundo ele houve a violação da senha de suas contas de e-mail e também de seu site, por isso decidiu suspender preventicamente seus assessores para averiguação do que estava acontecendo.
Porém, logo após saber do que vinha ocorrendo com seus assessores durante a semana, o vereador fez um novo pedido na sexta-feira, 12, desta vez pedindo a exoneração dos servidores. Porém, na segunda-feira, 15, os assessores entregaram atestados de um psquiatra, garantindo 10 dias de afastamento para Dênis Oliveira e 15 dias para Jorge De Mattos.
Camerini garante estar tranquilo e aguarda ser chamado ao Ministério Público do Trabalho para responder sobre as denúncias. "Estou tranquilo. Vou aguardar eles me chamarem. Não é a primeira vez que exonero servidores e não deve ser a última" resumiu o vereador.