A falta de clareza em um dos quesitos dos editais para a contratação temporária de profissionais para a Educação Infantil resultou na abertura de um recurso por parte dos candidatos. Um grupo de cerca de 15 professores inscritos no processo seletivo se reuniram na Secretaria Municipal de Educação (SMED) nesta segunda-feira, 1º de abril, para reivindicar a revisão da pontuação das titulações que, segundo os candidatos, foram contabilizadas de forma equivocada. A situação vai fazer com que a Smed demore ainda mais para suprir a falta de professores nas escolas da cidade.

Na tabela de títulos, na qual os candidatos citam os cursos, oficinas, simpósios, seminários, entre outros eventos, as titulações são regulamentadas em certificados de participação de no mínimo 10 horas, 20 horas e 40 horas (ver tabela abaixo), porém não é especificado o limite máximo. Em função de uma dupla interpretação, candidatos tiveram alguns de seus títulos descartados, sendo prejudicados no processo seletivo. 

Segundo os professores, o edital dá a entender que deve ser obedecido a constatação do número mínimo de horas de certificados de participação no edital, ou seja, os certificados que possuem 100 horas não seriam aceitos, pois não há a especificação no edital quanto ao número máximo. Um dos professores, que preferiu não se identificar, afirmou que teve colegas que passaram em primeiro lugar em Garibaldi e em Carlos Barbosa, mas ficaram em uma posição muito inferior em Bento Gonçalves, mesmo com os mesmos números de títulos e o mesmo edital. “Tenho colegas que em Garibaldi ficaram em primeiro lugar, em Carlos Barbosa ficaram em primeiro lugar com os mesmos títulos e os mesmos editais. Não quero fazer comparação, mas temos que seguir uma regra”, reclama o docente. 

De acordo com a secretária de educação Iraci Luchese Vasques, o prazo para a contratação de profissionais se estenderá ainda mais. Segundo ela, não há um prazo definido para a resolução dos recursos, nem para o início das contratações. “Tem uma pontuação por cada título e a pontuação máxima. Eles estão questionando isso. Se eles tivessem lido na íntegra o edital, pois o recurso cabe ao edital, mas agora que já foi homologado, estou esperando para que venham os recursos para ver o que eles questionaram. Vai demorar sim, vou novamente ter problemas com profissionais. Estou com a Secretaria de Educação já trabalhando nas escolas, vai dificultar mais ainda e vai demorar mais o prazo”, explica a secretária.

De acordo com Iraci, o jurídico afirmou que o edital está correto, porém a secretaria ainda não recebeu os recursos para análise. “Não recebi nada ainda, já tenho o pessoal do jurídico que falaram que está correto o edital, agora estou aguardando para ver o que eles colocaram no recurso”, comentou a secretária..