Diversos casos de rompimento de canos e tubulações pela cidade estão resultando em transtornos para a comunidade de Bento Gonçalves. Os moradores também reclamam da demora para a Corsan, empresa responsável pelo abastecimento de água, em resolver os seguidos casos de rompimento e estouros na rede em vias públicas.
Segundo o Diretor de Expansão da companhia, Marcus Vinícius Caberlon, os transtornos são resultados da falta de manutenção e conservação da rede ao longo dos anos. “Infelizmente em alguns momentos a companhia, não sei se é a palavra correta é relaxou, mas ela deixou num plano secundário isso. Não fizemos essa manutenção ao longo dos anos, essa conservação, e isso acarreta agora em um problema maior. Estamos tentando antecipar tudo aquilo que é possível, mas não dá para trocar a cidade inteira, pois viraria um caos urbano e outro caos no abastecimento”, comentou Caberlon.
Dentre as justificativas, Caberlon afirma que o terreno e a vida útil do material utilizado nas redes de abastecimento podem ser alguns dos motivos que estão ocasionando inúmeros casos de rompimento pela cidade. “Todo material, seja ele qual for, tem uma vida útil. A Corsan tem um volume bastante significativo de redes de fibra e cimento, que foram colocadas na década de 60. Era o melhor material que havia disponível na época, assim como hoje usamos DEFoFo, usamos outros materiais para distribuição de água que são os melhores materiais que temos hoje. Tenho certeza que daqui 30 a 40 anos existirá um material melhor do que esse utilizado agora”, explica Caberlon.
Segundo o diretor, a empresa já está realizando um processo de substituição, priorizando alguns locais que possuem maior número de rompimentos. “Não estamos assumindo a culpa e dizer que erramos, pelo contrário, usamos o melhor que havia, só que todo material de construção tem um tempo de fadiga, de vida útil. Encerrado esse tempo de vida útil, você tem que substituir e é o que estamos fazendo. Claro que estamos priorizando aqueles locais onde existe maior número de rompimentos”, explica o Diretor da Corsan.
Caberlon explica que os materiais utilizados sofrem de problema de fadiga, sobretudo por conta da pressão utilizada principalmente na Serra Gaúcha. “Esses materiais hoje sofrem com problema de fadiga. Eles sofrem com problema de pressão devido à altitude. Tem que pressorizar a rede para subir o moro, a água chega lá em cima com pressão, desce do outro lado, aumenta significativamente a pressão e o cano estoura”, comenta.
A Corsan está promovendo ações para diminuir o número de casos na cidade. Caberlon citou ações operacionais de válvula, de redutor de pressão para poder equilibrar e diminuir consideravelmente os rompimentos na rede. Além disso, ele afirma que há um programa de substituição acontecendo em Bento. “Os locais onde a rede rompe com freqüência nós temos o programa de substituição que está acontecendo aqui em Bento Gonçalves priorizando invariavelmente aqueles locais onde a prefeitura vai fazer uma intervenção. É diálogo, não tem outra forma. A população tem que ter certa tolerância e paciência. O investimento tem que ser permanente”, comenta o diretor.