O morador de Bento Gonçalves Saiuri Reolon voltou a ser preso pela Polícia Civil acusado de participação em uma célula neonazista montada em Santa Catarina. Ele tinha sido preso pela primeira vez no dia 14 de novembro, na cidade de São Pedro de Alcântara, em Santa Catarina, em uma operação policial. Reolon tinha sido solto, por determinação judicial no dia 7 de abril e estava fazendo uso de tornozeleira eletrônica.
De acordo com o delegado da Polícia Civil Arthur Lopes, titular da Delegacia de Repressão ao Racismo e a Delitos de Intolerância de Santa Catarina, Saiuri Reolon e os outro nove acusados foram novamente presos porque houve uma troca de juiz e o novo responsável pelo caso fez uma reanálise do processo e foi entendido que eles não deveriam estar soltos, pois representavam um risco iminente à sociedade.
Em medida cautelar, o desembargador do Tribunal de Justiça (TJ) de Santa Catarina Ernani Guetten de Almeida decretou a prisão preventiva dos homens, afirmando que o grupo tem histórico criminal — alguns deles por envolvimento com porte ilegal de arma de fogo, tentativa de homicídio e homicídio consumado. Além disso, o desembargador menciona não ser possível "esperar a execução de um plano macabro para se reconhecer o perigo que materializam". Todos os integrantes permanecerão presos na Penitenciária de Florianópolis durante o decorrer do processo, sem prazo para serem liberados.
Saiuri Reolon é morador de Bento Gonçalves e tem envolvimento direto com a célula skinhead neonazista. Na hierarquia do grupo, ele é considerado o tesoureiro. Ainda segundo a polícia e o Ministério Público, o propósito dessa organização e da ramificação criada pelo grupo seria "disseminar o ódio por meio de música de rock, com a temática White Power". Para fazer parte da organização, as pessoas precisariam cometer crimes de ódio, com recurso à violência.
Durante as reuniões, realizadas em São Pedro de Alcântara, a primeira cidade de colonização alemã em Santa Catarina, o grupo tinha como suposto propósito praticar, incitar e cultuar a discriminação e o preconceito de raça, cor, etnia e religião por meio da idolatria ao nazismo. O grupo, que cobrava mensalidade dos integrantes, agia em diferentes Estados e angariava membros que defendessem os mesmos ideais.
Reolon tinha armazenado no celular vídeos e fotos com a suástica, além de veicular símbolos e propagandas do nazismo. Os itens, conforme o processo, eram para divulgar o neonazismo a outras pessoas. Além de Saiuri Reolon, também foram recolhidos à Penitenciária de Florianópolis os moradores de Caxias do Sul Fábio Lentino e Rodrigo de Jesus, Laureano Vieira Toscani e Julio Cezar de Souza Flores Júnior, ambos de Porto Alegre, e Gustavo Humberto Byk, de Eldorado do Sul. Os demais integrantes presos novamente que são originários de outros Estados são: Rafael Romann e Miguel Angelo Gaspar Pacheco, ambos de Santa Catarina, João Guilherme Correa, do Paraná, e Igor Alves Vilhaça Padilha, de Minas Gerais.