A Samsung revelou os primeiros detalhes do seu smartphone dobrável, anunciado durante o Samsung Developer Conference, nesta quarta-feira, 7 de novembro. O aparelho pode ser “aberto” como um livro em uma tela de 7,3 polegadas, semelhante à de um tablet, informou o Business Insider.
O display inovador foi batizado de Infinity Flex. Segundo a empresa sul-coreana, os engenheiros e programadores tiveram que criar uma série de materiais e tecnologias a partir do zero para que a tela pudesse dobrar “centenas de milhares de vezes” sem quebrar ou apresentar danos.
A Samsung também trabalha com o Google para desenvolver uma versão do Android compatível com o novo aparelho. A empresa já adiantou o “App Continuity”, que permite usar um aplicativo quando o telefone é dobrado ou aberto. Também foi revelado o recurso “janela multi-ativa”, permitindo o uso simultâneo de três aplicativos na tela do tablet.
Apesar da expectativa, a Samsung não anunciou as configurações técnicas do aparelho e suas especificações. Também não foi revelado o preço do novo dispositivo ou previsão para chegar às lojas.
Ainda assim, mesmo em apenas uma rápida olhada, a Infinity Flex Display da Samsung pareceu significativamente mais polida e pronta para os consumidores do que produtos como o recentemente anunciado Royole FlexPai. Porém, mais importante, o display flexível da Samsung representa uma possível grande mudança em relação aos retângulos de vidro que temos usado na última década, indo agora para algo que literalmente pode ser dobrado e adaptado às nossas necessidades.
Entretanto, para isso, a Samsung precisou repensar completamente o design tradicional do smartphone, incluindo o exterior do dispositivo e como fazer com que ele dobre adequadamente, além de reprojetar seus componentes internos, estudando onde colocá-los em um telefone que possa se mover de maneira que os dispositivos mais antigos não conseguem.
Para resolver o primeiro problema, a Samsung projetou novos materiais de tela, incluindo uma camada OLED flexível e um backplane, que são colocados em camada abaixo de um polarizador ultrafino, um novo filme absorvente de choque e uma janela de cobertura de polímero mais durável (e flexível) em cima. E, para manter tudo junto, a companhia diz que criou um novo adesivo flexível capaz de resistir a rachaduras ou a um desmonte completo mesmo depois de milhares de dobras. Dito isso, a Samsung afirma que sua tela flexível é a tela mais fina que a empresa já fez.
Mesmo olhando de forma otimista, ainda está muito cedo para dizer que a missão foi um sucesso. Telas flexíveis ainda podem acabar morrendo na praia, como as TVs curvadas e o Google Glass. Mas, ao mesmo tempo, o que a Samsung mostrou nesta quarta-feira (7) torna a ideia de telefones flexíveis muito mais tolerável do que qualquer coisa que já vimos antes.
A tendência a vermos dispositivos dobráveis nos próximos anos foi confirmada com o anúncio do Google, também nesta quarta-feira (7), de que o sistema Android passaria a oferecer suporte a aparelhos com telas dobráveis. O lançamento quase que ao mesmo tempo mostra que existe um esforço das empresas, em conjunto, para trazer essa nova tecnologia — algo de que outras empresas também poderão, potencialmente, tirar proveito.