No Dia Mundial de Conscientização do Autismo, o grupo de mães e pais atípicos de Bento Gonçalves, Voz Azul, promove um pedágio informativo, cujo principal objetivo é o de compartilhar o conhecimento do diagnóstico e do tratamento do Transtorno do Espectro Autista e da luta pelos seus direitos previstos em legislação. A ação ocorre neste sábado (2), nas sinaleiras da praça Vico Barbieri e da Via Del Vino, no Centro.
De acordo com advogada Bruna Marin Rossatto, uma das idealizadoras do grupo Voz Azul, a ação tem como finalidade fazer com que as pessoas tenham conhecimento do que se trata o Transtorno do Espectro Autista. “Sem informação, muitas vezes muitas crianças, adolescentes e adultas acabam não tendo o diagnóstico e acabam não tratado as consequências que isso pode ocasionar durante a vida de uma pessoa”, explica.
Além disso, uma das principais bandeiras do movimento é conscientizar a população contra o preconceito e fomentar a luta pelos direitos das pessoas autistas nos mais diversos âmbitos da sociedade. “Somado ao tratamento, a informação é de extrema relevância para a diminuição dos casos de preconceito, de violação de direitos, de violências de várias ordens com as pessoas que estão dentro do espectro autista e com suas famílias”, pondera Bruna.
O grupo Voz Azul
Bruna e Silvana Alves, ambas mães de crianças autistas, estão reunindo diversos pais de pessoas que estão dentro do espectro autista para promover a união em prol dos direitos de seus filhos. Atualmente, segundo Bruna, já são cerca de 30 mães e pais que abraçaram a ideia e que fazem parte do grupo.
“O objetivo do grupo é a conscientização e a efetivação dos direitos dessas crianças, adolescentes e adultos de Bento Gonçalves. Já tivemos casos de violação de várias ordens. Essa união é para justamente fomentar a informação, mas buscar também todo o aparato que a legislação federal determina de acesso à saúde, de educação para todas as crianças que necessitarem”, relata.
O grupo está realizando uma pesquisa junto aos pais de pessoas com autismo por meio de um formulário para a arrecadação de informações acerca dos casos de autismo no município, bem como a realidade das famílias para que possa buscar políticas públicas que atendam as demandas.
“Para que possamos ter a busca efetiva daquilo que falta e que as crianças precisam, organizamos um formulário direcionado aos responsáveis pelas pessoas autistas. São dados que serão utilizados para, depois, buscarmos, junto ao poder público, às entidades e todas as escolas públicas e privadas, os direitos dos autistas”, salienta a advogada.
O que é autismo?
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficit de comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados, podendo apresentar um repertório restrito de interesses e atividades.
Alguns sinais de TEA:
Dificuldade de se relacionar com pessoas da mesma idade; choro ou risadas inadequadas; brinca ou usa brinquedos de forma incomum; sensibilidade a alguns sons; atraso ou ausência de fala; hiperatividade ou muita passividade; falta de consciência de perigo e dificuldade de aceitar mudanças de rotina.
Alguns direitos das pessoas com TEA:
Atendimento prioritário em filas;
Matrícula escolar com auxílio de professor e monitor capacitado;
Passe livre no transporte público;
Tratamento, terapias e medicamento pelo Sistema Único de Saúde – SUS;
Carteira de identificação da pessoa com Transtorno do Espectro Autista (CIPTEA);
O acesso à educação e à proteção social
Acesso ao trabalho e a serviços que propiciem a igualdade de oportunidades