A indignação de pais e mães que não conseguem vagas para seus filhos na escola foi evidenciada nos fortes depoimentos e nas duras acusações das famílias em reunião realizada nesta segunda-feira, dia 19, na Câmara de Vereadores de Bento Gonçalves. Cerca de 40 famílias estiveram presentes no encontro promovido pelo vereador Moacir Camerini com o desejo de resolver a situação com os órgãos responsáveis pela educação na prefeitura sobre a falta de vagas na educação, porém representantes do Conselho Tutelar, da Secretaria de Educação e da prefeitura não se fizeram presentes. Sem resolução, as famílias vão acionar a justiça para ter o seu direito garantido.
Diversos pais e mães se manifestaram ao longo da reunião esclarecendo suas dificuldades e sua indignação quanto à falta de vagas nas escolas e o descumprimento do zoneamento na educação, principalmente em escolas infantis. Familiares também afirmaram que estão pagando uma diferença para conseguir lugar em vagas compradas pela prefeitura na rede participar de ensino. A grande maioria das famílias reclama da dificuldade em conseguir vagas nas escolas de seu zoneamento e afirmaram que diversas pessoas fora do zoneamento estão alterando documentação para conseguir vaga nas escolas. “Tenho um filho de um ano e seis menos e não consigo vaga morando a uma quadra da escola”, ressaltou uma mãe que se pronunciou na reunião.
Apesar de ser lei, centenas de crianças em Bento Gonçalves estão sem vagas na educação infantil e também no ensino fundamental em pleno início do ano letivo. Muitos pais também reclamaram que estariam a ponto de perder seus empregos por conta de não ter onde deixar os filhos. Além disso, familiares alegaram que os responsáveis pelo transporte gratuito às escolas não poderiam largar seus filhos em suas respectivas residências, o que é de dever do município. “Meu filho teria que caminhar cinco quadras para chegar em casa porque eles disseram que não teria como levar meu filho até minha casa”, afirmou uma das mães presentes.
Sem resolver o problema por conta da ausência dos representantes que cuidam da educação no município, os familiares, em conjunto com o vereador Camerini, vão entrar na justiça nos próximos dias para que tenham o seu direito adquirido o quanto antes. “Vamos montar uma comissão que se disponibilizem a ir ao Ministério Público e na Defensoria Pública. Vamos dar esse encaminhamento já que aqui não tivemos solução, vamos ter que partir para o judiciário para resolver essa questão, é a última esperança que nós temos”, explicou o vereador.