O Clube Esportivo de Bento Gonçalves teve sentença desfavorável no caso Márcio Chagas e foi condenado por racismo, em primeira instância, pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. A Juíza Débora Kleebank definiu em R$ 15 mil o valor do ressarcimento que o clube terá que pagar. O ex-árbitro denunciou ter encontrado bananas sobre o seu carro após o término do jogo e também alegou ter sido alvo de ofensas racistas durante a partida entre Esportivo e Veranópolis pelo Gauchão de 2014. Márcio Chagas obteve sentença favorável em ação indenizatória por danos morais.
A juíza entendeu que o clube teve parte de responsabilidade pelos fatos, provados, segundo ela, de forma "robusta". Em trecho da sentença, ela afirmou que o clube deveria ter resguardado o veículo do árbitro no estacionamento. Ela criticou ainda o fato do clube ter apontado para a polícia dois "torcedores-laranjas" como autores dos xingamentos, detidos e logo liberados após negar o ocorrido.
Segundo o presidente do clube, Anderson Zanella, o Esportivo entrou com embargos declaratórios (instrumento jurídico (recurso) pelo qual uma das partes de um processo judicial pede ao juiz (ou tribunal) que esclareça determinado(s) aspecto(s) de uma decisão proferida quando há alguma dúvida, omissão, contradição ou obscuridade nesta) e está aguardando a manifestação da justiça para se pronunciar. "O clube entrou com embargos declaratório e aguarda manifestação da justiça", afirma Zanella.
Na ocasião, o Esportivo havia sido punido pela esfera esportiva com a perda de 9 pontos, que logo foi diminuída para três pontos. Além disso, foi multado em R$ 60 mil pelo caso de racismo.