A Câmara dos Deputados aprovou em primeiro turno, por 353 votos a 9, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 10/21, que exclui da política gradual de desonerações os incentivos e benefícios fiscais e tributários para empresas de tecnologia da informação e comunicação (TICs) e de semicondutores. A política foi instituída pela Emenda Constitucional 109, em vigor desde março.
Os deputados aprovaram ainda requerimento para votar em seguida o segundo turno, sem a necessidade de intervalo regimental de cinco sessões. Neste momento, a proposta está sendo analisada em segundo turno.
Acordo
A votação da PEC foi parte do acordo para aprovar a emenda, que determina ao presidente da República apresentar ao Congresso um plano de redução gradual no montante de 10% anuais para que, ao fim de oito anos, somente um máximo de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) seja usado como renúncia de receita para incentivos e benefícios tributários.
Meio milhão de empregos
O relator da PEC, deputado Vitor Lippi (PSDB-SP), defendeu a manutenção dos benefícios tributários para empresas de tecnologia, que foram interrompidos durante a pandemia por meio da PEC Emergencial. Vitor Lippi calcula que os incentivos são responsáveis por meio milhão de empregos e ajudaram a abrir 377 centros de pesquisa no Brasil, sendo que um terço estão localizados no Norte e Nordeste. "O setor ainda paga muito mais impostos do que tem renúncia fiscal e passou a investir em pesquisa, desenvolvimento e inovação. Isso criou um círculo virtuoso de competitividade em relação ao mundo", comentou.
Segundo o relator, a proposta também equilibra as indústrias de Manaus com os outros 17 estados que contam com empresas de tecnologia. "São mais de 120 cidades brasileiras que têm indústrias de eletro-eletrônico", afirmou.
Vitor Lippi ainda observa que, fora a Ásia, o Brasil é o líder mundial na fabricação de eletro-eletrônicos. "Temos preço e qualidade nos produtos fabricados aqui", observou.
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