Os postos de saúde no interior do município seguem sem médicos para realizar o atendimento à população. Ainda não há previsão de quando novos profissionais serão deslocados para trabalhar nos distritos, mas a Secretaria de Saúde estima que os atendimentos serão retomados no mês de junho, mas existe a possibilidade desta data também não ser cumprida.
De acordo com o secretário municipal de Saúde, Diogo Segabinazzi Siqueira, estão sem médicos os postos de saúde dos distritos de Faria Lemos, Vale dos Vinhedos e São Pedro. O secretário destaca que estas localidades continuarão sem atendimento também neste mês. Os médicos que estavam atuando no interior foram realocados em unidades centrais como a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e o Samu, a fim de manter os atendimentos de urgência e emergência neste momento de reorganização do sistema de saúde do município.
Diogo Segabinazzi explica que a Secretaria de Saúde está passando por uma reestruturação, principalmente financeira e organizacional. Por conta disso, diversas localidades foram afetadas em consequência de algumas readequações realizadas pela secretária, a exemplo da migração de médicos para unidades centrais, deixando postos de saúde do interior sem profissionais para atendimento, enfatizando apenas os serviços de urgência e emergência. "Tivemos que fazer essa escolha nesse momento por uma questão realmente financeira e econômica. Essa diminuição é temporária para que possamos ter um Superávit no final do ano e que possamos reativar esses atendimentos. Nos próximos meses vamos reativar esses médicos nos postos do interior e estaremos em busca desses profissionais. Tivemos um sério problema com a empresa terceirizada para a contratação de médicos, mas agora, com um novo contrato, vamos conseguir chegar a esses médicos para atender essas unidades e para fazer com que a nossa comunidade do interior tenha esse atendimento", ressalta o secretário.
Segundo o secretário Segabinazzi, a falta de médicos também é resultado do salário pouco atrativo oferecido pelo Poder público. "Hoje, temos uma dependência muito grande da terceirização. Atualmente, a grande dificuldade dos municípios é acertar o salário dos médicos. Como aconteceu em Bento Gonçalves, onde foram concursados vinte médicos, apenas quatro aceitaram trabalhar. Isso comprova que o salário aqui de Bento está muito baixo. Por outro lado, a gente consegue aumentar o salário via terceirização, mas nesse momento, a gente vê essa dificuldade de gerência de apenas uma empresa", afirma o secretário .
O titular da pasta destaca que é previsto que nos próximos meses esses postos de saúde do interior do município sejam reativados para manter o serviço essencial de saúde em funcionamento. Enquanto isso, a população do interior terá que se locomover até unidades mais próximas ou unidades centrais para receber atendimento médico.