Um sério problema ocorrido no ano passado está se repetindo em 2017 nas escolas de educação infantil. Faltam professores para atender as crianças com idade a partir de quatro anos nos estabelecimentos de ensino. Um grupo de pais denunciou na manhã desta quarta-feira, 1º de março, o descaso do poder público municipal em relação ao cuidado com as crianças da Escola Municipal de Educação Infantil Toque de Carinho, no bairro Ouro Verde.
De acordo com os pais das crianças, há mais de 10 dias eles vivem a situação de terem que ir até a escola para cuidar de seus filhos. Faltam professores e auxiliares para realizar o atendimento aos menores e não foi dada previsão de quando o problema será solucionado. Muitos deles estão faltando ao trabalho e ficando com os filhos em casa, devido à falta de atendimento na escola. Algumas mães ficaram indignadas e levaram seus filhos de volta para casa.
Uma das mães, Jussiane Kracinski, denuncia que o mato tomou conta da escola, há muito lixo acumulado no pátio. Ela relata que, na semana passada, o guarda impediu que uma das crianças pequenas fugisse, porque, muitas vezes, as crianças ficam sozinhas nas salas. “Eles reúnem as crianças em vários grupos para verem vídeos porque não tem professores. O pessoal da escola está fazendo o possível para atender, mas faltam muitos profissionais para realizar o atendimento. Se os pais não ficam aqui, nossos filhos não têm com que ficar”, destaca Jussiane.
O Notícias de Bento apurou a situação e constatou que faltam vários profissionais na escola de educação infantil. Os representantes da escola não podem falar sobre o caso porque têm medo das represálias da Secretaria Municipal de Educação. Pelo que a reportagem conseguiu apurar, são oito turmas em tempo integral funcionando na escola, mas apenas três contam com professor. Existem outras sete turmas de meio turno, onde faltam três professores. Além disso, uma família teve que recorrer a um voluntário para cuidar de seu filho cadeirante, porque não há monitor na escola para atendê-lo.
Uma coordenadora da Smed estava na escola, mas não quis falar com a reportagem. O conselheiro tutelar Leonides Lavinick entrou em contato com a secretaria, onde foi informado que até o dia 15 deste mês o problema seria solucionado. Porém, o conselheiro irá enviar uma comunicação ao Ministério Público sobre o fato, a fim de garantir que as providências sejam tomadas o mais rápido possível. "Temos que garantir o mínimo de qualidade no atendimento destas crianças. Já tivemos um episódio onde uma criança foi esquecida na escola no ano passado e não podemos permitir que isso volte a acontecer", garantiu Lavinicki,