"Cautela" é a palavra de ordem na Secretaria de Saúde de Bento Gonçalves no processo de vacinação dos idosos do município contra a Covid-19. Nos últimos dias, a divulgação de que a prefeitura pretendia imunizar mais de 1.200 moradores acima dos 90 anos gerou fortes contestações junto à comunidade, pelo número considerado extremamente alto. A pasta manteve a projeção, mas viu a presença ser bem menor do que o esperado no drive-thru montado no Parque de Eventos no último final de semana e, já no domingo, 14, o atendimento foi ampliado para a parcela da população acima de 85 anos.
Até o momento, a administração ainda não apresentou os dados finais divididos por faixas etárias. O que se sabe é que, dos 85 para cima, 750 bento-gonçalvenses foram vacinados. No sábado, exclusivo para os maiores de 90, foram aplicadas 250 injeções; no dia seguinte, aberto a um novo grupo em conjunto com o anterior, mais 500. "Esse quantitativo que tínhamos era das pessoas com cadastro ativo na saúde de Bento e que, em algum momento, acessaram os nossos serviços. Não tínhamos como prever quantos, de fato, viriam. O que pretendemos fazer, mas somente depois da vacinar todos os grupos de idosos, é realizar um levantamento para saber por que motivo alguns não foram imunizados. Eu não poderia, naquele primeiro momento, convocar todos os idosos de 85 anos, seria irresponsabilidade chamar um grupo maior do que as doses que temos", afirma a secretária Tatiane Fiorio.
Entre os motivos que podem ter contribuído para a baixa adesão elencados por ela, estão os idosos já vacinados em instituições de longa permanência, famílias que permanecem no litoral, orientações médicas para que determinados pacientes não fossem imunizados, decisão própria ou da família de não receber a dose e até mudanças não informadas de domicílio.