
Um grupo formado por agentes do Grupo de Ações Especiais da Susepe (GAES), do estabelecimento prisional, da 1ª e 9ª Delegacias Penitenciárias Regionais (DPRs), da Divisão de Inteligência Penitenciária (Dipen) e do Departamento de Segurança e Execução Penal (DSEP), apoiados por policiais da Brigada Militar e integrantes do Corpo de Bombeiros realizaram uma revista-surpresa no Presídio Estadual de Bento Gonçalves. A ação ocorreu na manhã desta quinta-feira, 1º de dezembro. Foram apreendidos vários celulares, carregadores e uma pequena quantia de drogas. Apesar da movimentação, nenhum preso foi transferido.
A revista geral movimentou as imediações do presídio desde às 7h. A quadra da casa de detenção foi fechada pela Brigada Militar. Cerca de 20 agentes do GAES entraram na penitenciária para remover os apenados para o pátio. Dois detentos reagiram à remoção e foram colocados em uma viatura Jumper até que a vistoria nas celas fosse encerrada. Todos os demais apenados foram colocados na quadra do presídio, sentados de frente para a parede.
Com isso, os agentes da 1ª e 9ª DPRs ficaram encarregados de vistoriar todas as celas. Eles encontraram no local 2 estoques, 18 carregadores, 5 baterias, 8 chips, 4 buchas de maconha e 31 celulares. Existia a expectativa de que alguns detentos seriam transferidos. A transferência chegou a ser divulgada no site de notícias de Susepe, mas logo em seguida foi retificada pela superintendência.
A ordem foi de silêncio em torno da Susepe. A direção do Presídio Estadual não foi autorizada a falar sobre a ação. O diretor da DSEP, Angelo Larger Carneiro, informou que não poderia falar a respeito do caso, porque estava em sucessivas reuniões.
Apesar da ação, denúncias de comando da "Prefeitura" permanecem
Familiares de detentos estiveram apreensivos com a ação da Susepe no Presídio Estadual de Bento Gonçalves. Havia a expectativa de quem seriam os presos transferidos para outras casas de detenção. Todos torciam que pelo menos quatro apenados, considerados os comandantes do presídio na atualidade, fossem removidos da casa de detenção.
Na página do Facebook do Notícias de Bento, vários comentários denunciando a existência da prefeitura e que vários presos foram agredidos. A reportagem apurou as informações e descobriu que um detento chegou a ser hospitalizado, devido às agressões. Na Susepe e no presídio ninguém fala sobre o assunto. O certo é que, da porta de acesso às celas para dentro, a casa de detenção tem o comando de quatro apenados. As denúncias falam em extorsão, agressão e comando dos demais detentos.
Porém, a lei do silêncio impera de todos os lados. Nem os presos agredidos denunciam quem são seus agressores. No Poder Judiciário, o caso segue sendo investigado em segredo de justiça e nenhum comentário oficial é feito por juízes ou representantes do Ministério Público.