Um problema que vinha ocorrendo nos últimos meses e que vinha sendo alvo de discussão acirrada entre vereadores durante as sessões da Câmara veio à tona nesta quarta-feira, 30 de novembro. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) confirmou a falta de medicamentos na farmácia da UPA e nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de Bento Gonçalves. A situação é considerada muito preocupante e não tem uma previsão de solução a curto prazo.
Há pelo menos dois meses, vereadores vêm denunciando a falta de medicamentos nos postos de saúde nos bairros e no interior e na farmácia que funciona junto à Unidade de Pronto Atendimento (UPA). A situação vinha sendo amenizada pela Prefeitura Municipal até então, fazendo pequenas reposições para oa tendimento imediato das necessidades. Porém, nesta semana, a situação saiu do controle, já que muitas pessoas estão reclamando da falta de medicamentos em vários pontos da cidade.
Na UBS Central, na Rua Júlio de Castilhos, foi colocado um cartaz informando quais os medicamentos que estão em falta na unidade. Em alguns casos, o fornecimento de alguns remédios está suspensa por tempo indeterminado. Na farmácia da UPA, no bairro Botafogo, é visível a falta de medicamentos para atender a população. Algumas prateleiras estão vazias e faltam desde remédios simples até os controlados.
Em nossa página no Facebook, o Notícias de Bento recebeu várias denúncias de falta de medicamento nos últimos dias. Alguns deles são:Triptanol, coldeina e até medicamentos básicos, como o paracetamol, não foram encontrados pelos bento-gonçalvenses. Em todos os casos, os internautas revelaram que os postos de saúde informavam que não há previsão de quando os medicamentos estarão à disposição novamente.
A escassez deve aumentar nos próximos dias, já que não há recursos para encaminhar a reposição do estoque. Segundo o secretário municipal de Saúde, Ênio De Paris, não há recursos financeiros para atender a demanda. Ele adianta que os R$ 100 mil, aprovados pela Câmara de Vereadores na semana passada, não serão suficientes para se quer amenizar o problema. De Paris explica que a maior parte dos medicamentos comprados com este recurso serão destinados para abastecer a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), que não pode ficar desabastecida.
O secretário lamenta o atraso em repasses governamentais, que fazem com que a prefeitura tenha que dispor de recursos próprios para solucionar esta questão. "Temos quase R$ 7 milhões a receber dos governos federal e estadual e este recurso não chega. Se continuar assim, teremos dificuldades em garantir o abastecimento de medicamentos nas UBSs até o final do ano", resume De Paris.
O titular da Secretaria Municipal de Saúde revela que o momento é de cautela. Durante esta semana, ele ordenou que seja feito um pente fino em todas as UBSs para se saber quais as necessidades destas unidades. A ideia é ter um número real de quais medicamentos estão faltando, quantos precisam ser adquiridos com urgência e qual a duração do estoque existente. A Prefeitura Municipal está se organizando para enviar um novo projeto de liberação de recursos para ser votado na Câmara nos próximos dias para encaminhar a compra de mais um lote de remédios. "Vivemos um momento de crise financeira que nos coloca em uma situação delicada, onde teremos que ver de onde vamos buscar recursos para evitar um aumento na falta de medicamentos nas unidades", declara o secretário.