
O aumento da densidade capilar é o foco dos tratamentos para alopecia androgenética (AAG), tipo mais comum de calvície. Segundo pesquisa da International Society of Hair Restoration Surgery (ISHRS, ou Sociedade Internacional de Cirurgia de Restauração Capilar, em português), realizada em 2025, a área de restauração capilar registra crescimento contínuo.
Os dados do levantamento indicam que a expansão é impulsionada pelos aprimoramentos em transplante e pelas soluções médicas e não cirúrgicas eficazes contra a queda de cabelo. Desde 2021, o número médio de pacientes atendidos por profissionais membros da ISHRS aumentou 20%, enquanto os atendidos por terapias não cirúrgicas cresceram 30%.
A Dra. Mariane Manso, médica e dermatologista especializada em tricologia clínica, destaca que para a calvície masculina, a terapia não invasiva é ideal para casos iniciais ou moderados de queda, quando ainda há folículos vivos que podem ser reativados ou fortalecidos.
"Essa é a fase de prevenção e reversão, que depende de uma avaliação diagnóstica detalhada, geralmente feita com um exame de imagem como a tricoscopia. Nela, são avaliadas a miniaturização — afinamento dos fios —, a densidade e a saúde do couro cabeludo", detalha a médica.
Segundo a especialista, se o paciente tiver uma área de calvície muito avançada, onde não há mais folículos viáveis, a cirurgia pode ser a única opção, mas a terapia não invasiva também será usada como preparo e manutenção pós-cirúrgica.
Tecnologias e recursos clínicos mais utilizados
A Dra. Mariane Manso aponta que atualmente, para estimular o crescimento de fios e preservar os já existentes, é utilizada uma combinação de tecnologia de precisão que envolve microagulhamento com Drug Delivery, lasers de baixa potência ou LEDs e tecnologia a laser fotona.
"O microagulhamento abre canais no couro cabeludo e possibilita a entrega de ativos diretamente na raiz, como composições vitamínicas, fatores de crescimento e peptídeos que 'acordam' os folículos. Os lasers ou LEDs agem nas células, aumentando a energia e o ciclo de crescimento dos fios", explica a especialista.
A dermatologista pontua que o laser de alta performance Fotona é usado para tratar a inflamação do couro cabeludo e, em alguns protocolos, promover um aquecimento controlado que estimula o folículo dormente, melhorando a circulação e otimizando o ambiente para o crescimento de novos fios.
Os quadros de queda capilar em homens e mulheres contém diferenças. Nos homens, a queda é concentrada na região frontotemporal e no topo da cabeça, formando as populares entradas e a coroa no alto da cabeça. Já nas mulheres, a queda costuma ser mais difusa, geralmente percebida por uma diminuição do volume geral e alargamento da risca central — local de divisão do cabelo.
"Essas diferenças impactam diretamente a escolha do tratamento. O protocolo masculino foca na modulação hormonal, por conta da testosterona, e no estímulo das áreas afetadas. O feminino exige atenção à ferritina, vitaminas e questões hormonais amplas, como tireoide ou Síndrome do Ovário Policístico", esclarece a dermatologista.
Protocolo personalizado de tratamento
A Dra. Mariane Manso desenvolveu um protocolo de tratamento próprio, personalizável e dividido em quatro fases, que começa pelo diagnóstico avançado: um mapeamento da saúde capilar por meio da tricoscopia para identificar a causa exata da queda, que pode ser genética, por estresse ou deficiência.
Em seguida, a fase de ataque ou intensiva, abrange a aplicação de tecnologias clínicas, como laser, microagulhamento e infusão de ativos, em sessões mais frequentes para interromper a queda e iniciar o crescimento. Já a terceira fase, a de manutenção domiciliar, consiste na prescrição de loções e nutracêuticos de uso diário que potencializam e protegem o resultado do consultório.
"Por fim, o acompanhamento a longo prazo inclui reavaliações periódicas, geralmente a cada três a seis meses, com novas tricoscopias para ajustar o tratamento e garantir a estabilidade do ganho de densidade", comenta a profissional.
De acordo com a dermatologista, a interrupção da queda dos fios geralmente é percebida após 30 a 60 dias de tratamento. O crescimento e espessamento de fios é observável a partir do terceiro ou quarto mês, quando os novos fios começam a emergir, e o resultado final, com densidade máxima, atinge entre nove e 12 meses.
Segundo a Dra. Mariane Manso, apesar do perfil de paciente que procura esse tipo de abordagem ser amplo, a maioria é de homens jovens, entre 25 e 45 anos, cientes da importância da busca de acompanhamento precoce, e do valor da prevenção, que notam o afinamento dos fios ou as primeiras entradas.
"A busca é impulsionada pela sociedade da imagem, a moda do clean beauty, — aquela intervenção que ninguém percebe, e pela praticidade e segurança das terapias não invasivas. Eles buscam soluções discretas, eficazes e com zero tempo de inatividade, e o avanço da ciência oferece resultados reais sem bisturi", revela a profissional.
Para manter a longevidade dos resultados, a especialista em tricologia clínica ressalta que a chave é a disciplina e a continuidade. Ela reforça que a queda capilar tem base genética e crônica e, por isso, não há cura, mas controle da calvície.
Conforme orienta a profissional, o paciente deve fazer uso ininterrupto do tratamento domiciliar e retornar ao consultório para um novo ciclo de infusão de ativos uma ou duas vezes por ano. Além disso, ela alerta para o gerenciamento de estresse, cuidado com a alimentação e monitoramento de exames de sangue que influenciam na saúde do fio.
"É fundamental alinhar a expectativa do paciente aos resultados clínicos possíveis. O tratamento não fará nascer cabelo onde o folículo morreu há anos, mas fará os fios existentes ficarem mais grossos, fortes e visíveis, gerando um efeito de 'cabelo cheio' e uma melhora estética que eleva muito a autoestima", conclui.
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