Há professores que cumprem um programa. E há professores que cumprem um propósito. Estes últimos são os que deixam marcas profundas — não apenas nos cadernos, mas nas vidas que cruzam.
Neste 15 de outubro, quando o Brasil celebra o Dia do Professor, é inevitável olhar para trás e lembrar daqueles que moldaram nossa forma de pensar, de sonhar e de ser. Há sempre um nome, um rosto, uma voz firme e acolhedora que nos guiou entre a dúvida e a descoberta. E, para mim, esse nome é o da professora Ivouny Dargelio — minha mãe, minha referência e, para milhares de alunos, uma mulher que transformou o magistério em missão de vida.
Com cinco décadas dedicadas à educação, Ivouny é daquelas figuras que resistem ao tempo não apenas pela longevidade, mas pela atualidade de seu pensamento. Prestes a completar seus 78 anos de vida, minha vovó-garota (como a chamo carinhosamente) segue ativa, sendo convidada a falar em escolas, inspirando gerações de educadores e estudantes. É uma mulher à frente do seu tempo — e, talvez, por isso, tão necessária agora.
Quem a ouve falar sobre ensino percebe que, para ela, educar nunca foi apenas ensinar conteúdos, mas formar seres humanos. Sua preocupação sempre foi com a boa educação, aquela que desperta a consciência, o senso crítico e a empatia. “Não basta formar alunos inteligentes, é preciso formar pessoas boas”, costuma dizer.
E ela formou. Milhares de alunos, que hoje são médicos, engenheiros, jornalistas, professores e pais, carregam um pouco da sua voz e do seu olhar. Ivouny acreditava — e ainda acredita — que cada aluno é uma oportunidade de fazer o mundo melhor. E talvez essa seja a essência do verdadeiro professor: não aquele que ensina para o agora, mas o que planta para o futuro.
Num tempo em que a pressa, os algoritmos e as redes sociais parecem engolir o sentido das coisas, figuras como Ivouny Dargelio nos lembram do valor da paciência e do vínculo humano. Ensinar, afinal, é um ato de fé — fé de que a palavra dita na sala de aula pode atravessar décadas e continuar ecoando.
Por isso, neste Dia do Professor, o convite é simples e profundo: lembre de quem te ensinou algo que te transformou. Escreva, ligue, mande uma mensagem, ou apenas diga em voz alta o nome desse professor. Homenagear um mestre é reconhecer que ninguém chega aonde está sozinho.
Minha mãe sempre diz que “educar é um gesto de amor que não se apaga”. Que bom que ela tem razão. Porque, enquanto houver professores como Ivouny, haverá futuro.
Feliz Dia do Professor. A todos que, como minha mãe, Ivouny Dargelio, escolheram ensinar — e, com isso, seguir eternamente aprendendo.