A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do INSS aprovou nesta quinta-feira (4) uma série de requerimentos que ampliam a investigação sobre o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), entidade em que José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Lula, ocupa a vice-presidência.
Entre os pedidos, está a solicitação para que o INSS forneça informações sobre todas as pessoas que, entre 2015 e 2023, tiveram procuração para agir em nome do Sindnapi. Os parlamentares querem entender quem se beneficiava das operações da entidade, suspeita de envolvimento em descontos irregulares em benefícios previdenciários.
Outro requerimento aprovado pede a relação das contas bancárias vinculadas ao sindicato que receberam recursos oriundos do Fundo do Regime Geral da Previdência Social no período de 2015 a 2025.
Segundo a deputada Adriana Ventura (Novo-SP), autora dos pedidos, o sindicato teria firmado acordos de cooperação técnica com o INSS que resultaram em filiações em massa de aposentados e pensionistas, muitas vezes sem o consentimento informado deles. A prática teria possibilitado a realização de deduções diretas em folha para sustentar financeiramente a entidade.
Embora o nome de Frei Chico não esteja formalmente nos requerimentos, a oposição na CPI vê a medida como um passo para buscar provas que possam incriminar o irmão de Lula. Deputados afirmam que ele poderá ser convocado a depor caso os documentos confirmem indícios de sua participação em irregularidades.
Instalada para investigar o esquema de fraudes bilionárias no INSS, a CPI busca identificar como sindicatos e associações se beneficiaram de falhas no sistema para realizar descontos indevidos em benefícios previdenciários. A apuração é considerada um dos maiores escândalos recentes envolvendo a Previdência Social.
A aprovação dos requerimentos aumenta a pressão sobre o governo, já que o caso atinge diretamente um familiar do presidente Lula. Enquanto a oposição aposta na convocação de Frei Chico para dar robustez à narrativa de corrupção no entorno do governo, parlamentares governistas afirmam que a CPI deve agir com cautela, sem transformar as investigações em instrumento de perseguição política.