O governo do Estado participou, na segunda-feira (18/8), em Curitiba, no Paraná, de mais uma reunião da Comissão Interestadual para Assuntos Ferroviários da Malha Sul, vinculada ao Conselho de Desenvolvimento e Integração do Sul (Codesul). O encontro reuniu secretários das áreas de transportes, portos e infraestrutura do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, do Paraná e do Mato Grosso do Sul, para avançar nas articulações do movimentoFerrosul, em defesa do modal ferroviário e das negociações de alternativas, junto ao governo federal, para renovação da concessão da Malha Sul, que expira em 2027. Também estiveram presentes representantes da empresa Rumo, concessionária responsável pela operação das ferrovias.
Estado avalia com preocupação a diminuição da malha
O governo do Estado foi representado pelo secretário-adjunto de Logística e Transportes, Clóvis Magalhães, e pelo gerente de Planejamento e Desenvolvimento da Portos RS, Fernando Estima, que participou do encontro por conta da relevância das ferrovias para o escoamento da produção de grãos e fertilizantes até o Porto do Rio Grande. Entre os temas discutidos, esteve a proposta da Rumo ao governo federal, que prevê a redução da malha ferroviária no Rio Grande do Sul por questões econômicas. O trecho inicial concedido era de 3.823 quilômetros. Antes das enchentes de 2024, eram 1.680 quilômetros operados. Após a calamidade, esse número passou para 921 quilômetros. Agora, a empresa negocia reduzir ainda mais a operação, para 860 quilômetros.
O Estado avalia com preocupação a possibilidade de diminuição da malha. “Por determinação do governador Eduardo Leite e do vice-governador Gabriel Souza, seguimos trabalhando para encontrar alternativas e soluções para o modal ferroviário que é fundamental para o desenvolvimento logístico e econômico do Rio Grande do Sul, ainda mais neste momento de reconstrução”, destacou o secretário de Logística e Transportes,JuvirCostella.
Segundo Clóvis Magalhães, a união dos Estados é decisiva para assegurar avanços. “O governo do Estado já apresentou estudos técnicos que não foram considerados pela concessionária e que demonstram a importância da preservação e da ampliação da ferrovia para a competitividade da nossa economia. O que observei é que a Rumo trabalha a concessão como um negócio privado e não como um serviço público. É preciso que se entenda que as necessidades públicas são diferentes das condicionantes de mercado. Estamos trabalhando em conjunto com os demais integrantes doCodesulpara garantir que o tema seja tratado com a devida importância pelo governo federal. Nosso compromisso é defender o interesse público e a logística necessária para sustentar o crescimento do Estado”, afirmou.
No encontro, também foi deliberada a elaboração de um termo de referência para contratar um estudo sobre a viabilidade de um traçado ferroviário comum entre os quatro Estados, aproveitando linhas já existentes e avaliando a necessidade de novos ramais.
Os secretários definiram, ainda, a busca por agendas em Brasília, com a Secretaria Nacional de Transporte Ferroviário, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), além de reuniões com o Ministério dos Transportes e o Tribunal de Contas da União (TCU), para discutir a prorrogação da concessão da Malha Sul e reforçar a importância do fortalecimento do modal ferroviário para o país.
Texto: Ascom/Selt
Edição: Secom