O governo do Estado, por meio da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), deu um passo importante para a execução do Programa de Desassoreamento do Rio Grande do Sul (Desassorear RS), ao assinar, no início de junho, as ordens de serviço que autorizam o começo dos levantamentos batimétricos nas quatro regiões prioritárias do Eixo 2 do programa, que engloba os rios de grande porte. A iniciativa integra as estratégias do Plano Rio Grande , programa liderado pelo governador Eduardo Leite e criado para reconstruir o Rio Grande do Sul e torná-lo ainda mais forte e resiliente, preparado para o futuro.
Esses levantamentos consistem em medições detalhadas do relevo submerso dos rios, com o objetivo de identificar pontos críticos de acúmulo de sedimentos e outras alterações no leito dos cursos d’água. As áreas contempladas nesta etapa são a Bacia Taquari/Antas, Baixo Jacuí, Guaíba e bloco Metropolitano – que abrange os rios Caí, Sinos e Gravataí.
As empresas responsáveis deverão apresentar o plano de trabalho em até 30 dias a partir da assinatura das ordens de serviço. A execução dos estudos tem previsão de ser finalizada em até 180 dias.
O levantamento batimétrico será fundamental para gerar dados precisos sobre a atual situação cursos hídricos. Desempenha um papel essencial na avaliação das condições dos rios, pois permite mapear com precisão o relevo do leito fluvial e identificar alterações provocadas por eventos extremos, como enchentes.
Esses dados servirão de base para avaliar a viabilidade técnica e econômica de futuras intervenções de desassoreamento nessas regiões. As informações coletadas também subsidiarão a melhoria dos sistemas de alerta de inundações, por meio de modelagem hidrodinâmica, e o aprimoramento do planejamento e gestão de eventos críticos de origem hidrológica.
Programa de Desassoreamento do Rio Grande do Sul
Dividido em dois eixos, o programa abrange tanto pequenos cursos d’água quanto rios de maior porte. O Eixo 1, voltado a recursos hídricos de menor escala, é executado pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano (Sedur). Na segunda quinzena de junho, o Eixo 1 atingiu a marca de mais de 1 milhão de metros cúbicos de sedimentos removidos em menos de cinco meses de trabalho.
As ações incluem a limpeza de pequenos rios, arroios, canais de drenagem e sistemas pluviais em diversas regiões do Estado. Até o momento, são 89 projetos em andamento, distribuídos em 65 municípios, com 55 frentes de trabalho ativas e 34 já concluídas. Do total de R$ 301 milhões previstos via Fundo do Plano Rio Grande (Funrigs) , cerca de R$ 54 milhões já foram executados. A primeira fase do programa contempla 154 cidades.
Dragagem no Lago Guaíba garante navegabilidade e reforça infraestrutura
Paralelamente às ações de batimetria e desassoreamento, o governo do Estado também avança nas operações de dragagem no Lago Guaíba. Os trabalhos estão concentrados nos principais canais de navegação, como os canais de Itapuã, Leitão e Pedras Brancas. Atualmente, cinco dragas operam nas regiões de Porto Alegre e Pelotas, com a remoção de mais de 1,6 milhão de metros cúbicos de sedimentos, promovendo a manutenção da navegabilidade e da segurança da hidrovia.
As ações fazem parte de um investimento de R$ 68 milhões, dentro do montante de R$ 731 milhões anunciados em 2024 para a infraestrutura hidroviária do Estado. O objetivo é garantir profundidade mínima de seis metros em trechos estratégicos, incluindo os canais de Itapuã, Pedras Brancas, Leitão, São Gonçalo e Furadinho.
No cais de Porto Alegre, uma nova draga está em fase de preparação e deve entrar em operação nos próximos dias, ampliando a capacidade da frente de dragagem. Adicionalmente, um sétimo equipamento, que está em fase final de comissionamento, tem previsão de iniciar as atividades em julho. Este será um dos maiores equipamentos do tipo em operação no país, reforçando a estrutura disponível para os serviços.
Os levantamentos hidrográficos e as obras de dragagem já contratados estão em execução. O canal de Itapuã teve sua dragagem concluída, enquanto os canais de Pedras Brancas, Leitão, Furadinho e São Gonçalo seguem com os serviços em andamento. Simultaneamente, está em fase de elaboração o processo licitatório para a dragagem de outros oito canais do Lago Guaíba, cujos levantamentos hidrográficos já foram finalizados, permitindo o avanço para a próxima etapa.
Texto: Tamires Tuliszewski/Ascom Sema
Edição: Secom