A princesa imperial do Japão, Kako de Akishino, está em visita a Brasília, nesta quarta-feira (11), e será recebida nesta tarde pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para reunião no Palácio do Planalto . A visita marca os 130 anos do Tratado de Amizade, Comércio e Navegação entre Brasil e Japão, que estabeleceu relações diplomáticas entre os dois países, assinado em 5 de novembro de 1895.
Pela manhã, Kako foi recebida no Congresso Nacional, pelos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, para sessão solene também em homenagem ao aniversário das relações bilaterais. Na sequência, a delegação japonesa participou de almoço com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, no Palácio do Itamaraty.
Kako de Akishino tem 30 anos e tem pós-graduação em psicologia. Ela é filha do príncipe Fumihito e sobrinha do atual imperador japonês Naruhito. O Japão é uma monarquia constitucional e cabe à família imperial promover as relações exteriores do país.
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A convite do governo brasileiro , a visita começou no último dia 5, em São Paulo.
Serão dez dias de viagem que incluem também passagens pelo Rio de Janeiro (RJ), Maringá (PR), Rolândia (PR), Londrina (PR), Campinas (SP), Foz do Iguaçu (PR), Campo Grande (MS) e Brasília (DF), entre elas, cidades onde há uma forte presença da comunidade japonesa.
Neste ano, também são celebrados os 117 anos da imigração japonesa para o Brasil. O marco dessa imigração é o ano de 1908, quando o navio Kasato Maru atracou no Porto de Santos, em São Paulo, trazendo 781 imigrantes japoneses. De lá para cá, as relações econômicas e culturais se fortaleceram.
O Brasil abriga a maior população nipodescendente fora do Japão, com cerca de dois milhões de pessoas, enquanto o Japão tem a quinta maior comunidade brasileira no exterior: cerca de duzentas mil pessoas.
Do ponto de vista comercial, em 2024 o Japão foi o terceiro maior parceiro comercial do Brasil na Ásia e terceiro maior destino de exportações brasileiras à região, com intercâmbio comercial de US$ 11 bilhões e superávit de US$ 148 milhões para o Brasil.
Segundo o Banco Central (BC), em 2023, o Japão respondia por US$ 35 bilhões em investimentos diretos no país, sendo o nono maior estoque de investimentos estrangeiros no Brasil e o segundo maior investidor asiático.
Os investimentos japoneses são diversificados e incluem setores como automotivo, materiais elétricos e siderurgia. As exportações brasileiras para o Japão compõem-se, na maior parte, de produtos como minério de ferro, frango, café, alumínio e milho, enquanto as importações do Japão correspondem, em sua quase totalidade, a produtos manufaturados, a exemplo de autopeças, compostos químicos, instrumentos de medição e controle e circuitos integrados. Em março, o presidente Lula visitou o Japão .
Na ocasião, ele disse que pretende recuperar os US$ 6 bilhões de balança comercial que Brasil e Japão perderam na última década e avançar na abertura de mercado para a carne bovina brasileira.