Para esclarecer informações sobre os casos de gripe aviária identificados em Montenegro, na Região Metropolitana de Porto Alegre, e no Zoológico de Sapucaia do Sul, o governo do Estado realizou uma coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira (16/5), na sede da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi). O Executivo estadual garantiu que a situação está controlada e que o monitoramento tem sido constante.
Dois focos de influenza aviária de alta patogenicidade (H5N1), conhecida como gripe aviária, foram confirmados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa): um em uma granja avícola de reprodução, em Montenegro, e outroem aves silvestres no Zoológico de Sapucaia do Sul. Ambos os casos foram isolados com os protocolos adequados ao plano nacional de contingência para evitar a disseminação da doença. Segundo técnicos da Seapi, por se tratar de uma granja voltada à reprodução, não há risco no consumo de carne ou ovos.
O titular da Seapi, Edivilson Brum, abriu a coletiva reforçando que as medidas foram adotadas prontamente após a identificação dos focos. “A secretaria estadual e o Ministério da Agricultura foram muito céleres em tomar providências em relação aos protocolos. Nossas equipes têm experiência e capacidade técnica para efetuar o trabalho e já demonstraram competência para erradicar problemas anteriores”, destacou.
O secretário-adjunto da pasta, Márcio Madalena, afirmou que o governo não foi pego de surpresa pela notificação da granja em Montenegro. Segundo ele, a pasta já vinha promovendo ações voltadas à segurança do setor, como o Fórum de Biosseguridade Avícola, antecipando a possibilidade de ocorrência da doença em razão da migração de aves, que poderia provocar casos de síndrome respiratória em aves no Rio Grande do Sul nesta época do ano.
A coordenadora do Programa Estadual de Sanidade Avícola (Pesa) da Seapi, Ananda Kowalski, explicou que a gripe aviária afeta tanto aves domésticas quanto silvestres, sendo caracterizada pela alta mortalidade. Segundo ela, a ocorrência da doença no Brasil é recente em comparação a outros países. “O Brasil acompanha com atenção os focos mundiais. Em 2022, foi registrada pela primeira vez a entrada da H5N1 na América do Sul, com casos na Colômbia, no Chile e no Peru. Já no Brasil, o primeiro registro foi em maio de 2023, no Espírito Santo”, detalhou.
O caso registrado no Rio Grande do Sul é o primeiro em granja comercial no país, sendo do mesmo subtipo dos casos anteriores. Ao todo, já foram registrados 164 casos em aves silvestres, três em aves de subsistência (voltadas ao consumo próprio ou familiar), um em granja avícola e um em zoológico no Brasil. A coordenadora do Pesa também assegurou que os órgãos de fiscalização estaduais executam um plano nacional de vigilância, com monitoramento constante dos plantéis avícolas e das aves de subsistência. As ações de fiscalização no Estado foram ampliadas, com reforço nas granjas avícolas, que já seguem critérios rigorosos de proteção.
Além do acompanhamento na granja afetada, a Seapi também realiza o monitoramento de outros estabelecimentos rurais em um raio de até dez quilômetros do foco, de forma coordenada, permitindo o atendimento simultâneo das equipes no perímetro de observação. Também estão sendo instaladas barreiras de desinfecção na mesma área. Na granja, está sendo realizada a depopulação das aves. Ao todo eram cerca de 17 mil aves no local.
Sobre o foco identificado no Zoológico de Sapucaia do Sul, a titular da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), Marjorie Kauffman, destacou as medidas adotadas para garantir a segurança no local. “Reforço que o Zoológico segue sem receber visitação por tempo indeterminado, com as equipes seguindo as orientações da Defesa Sanitária Animal e da Secretaria da Saúde. Também estamos fazendo outras avaliações além daquela motivada pela gripe aviária, como a da água”, informou.
Apesar do baixo risco de transmissão da doença para humanos, a Secretaria da Saúde (SES), por meio do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, monitora as pessoas expostas, especialmente os trabalhadores das áreas afetadas. Para garantir uma resposta rápida em caso de suspeita em humanos, a SES mantém um fluxo de de troca de informações constante com a Seapi, reforçando os protocolos de biossegurança.
Influenza aviária
A influenza aviária, também conhecida como gripe aviária, é uma doença viral altamente contagiosa que afeta, principalmente, aves silvestres e domésticas, mas também pode acometer humanos. Entre os principais sintomas apresentados pelas aves estão dificuldade respiratória, secreção nasal ou ocular, espirros, incoordenação motora, torcicolo, diarreia e alta mortalidade.
Todas as suspeitas de influenza aviária, que incluem sinais respiratórios, neurológicos ou mortalidade alta e súbita em aves, devem ser notificadas imediatamente à Seapi, através da Inspetoria de Defesa Agropecuária mais próxima ou pelo WhatsApp (51) 98445-2033.
Texto: Thales Moreira/Secom e Ascom Seapi
Edição: Rodrigo Toledo França/Secom