Um agricultor foi atacado por um puma (Leão Baio) no fim da manhã deste domingo, 4 de maio, na localidade de Barra do Ouro, no interior do município de Maquiné, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul. O homem, identificado como Darci Pelisser, de acordo com o prefeito Luciano Alves, escapou da morte graças à ação de seu cachorro, que latiu e avançou contra o felino, forçando o animal a recuar.
O ataque aconteceu quando o agricultor tocava o gado em uma área de campo. Segundo relatos, o puma teria saído de uma espécie de toca ao ser surpreendido pela presença do homem e do cão. Após o susto, Darci sofreu ferimentos em várias partes do corpo e foi socorrido para o posto de saúde de Maquiné, sendo posteriormente transferido para a Unidade de Pronto Atendimento de Osório, onde foi liberado no mesmo dia.
O caso, classificado como raro pelas autoridades, está sendo investigado pelo Comando Ambiental da Brigada Militar (CABM). A 2ª Companhia do 1º Batalhão Ambiental esteve no local desde as primeiras horas desta segunda-feira (5), realizando diligências para apurar a ocorrência. O órgão também acionou o IBAMA e a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (SEMA-RS) para acompanhar a situação.
O puma concolor, também conhecido como Leão Baio, é um felino silvestre de grande porte, ágil e de hábitos solitários. Pode atingir até 2 metros de comprimento e pesar entre 60 e 100 kg, sendo um dos maiores predadores da fauna brasileira. No Rio Grande do Sul, é encontrado principalmente em áreas de mata fechada, como na Serra Gaúcha, Aparados da Serra e trechos isolados do Litoral Norte.
Apesar de reservado e evitar contato com humanos, o puma pode reagir de forma agressiva quando se sente ameaçado, especialmente se estiver em período de reprodução ou protegendo seu território.
Especialistas apontam que a redução de habitat natural, o avanço da agropecuária e o desmatamento são fatores que têm levado animais silvestres a se aproximarem de áreas habitadas. Sem alimento suficiente em seu ecossistema, predadores como o puma buscam caça em regiões ocupadas por rebanhos ou comunidades rurais, aumentando o risco de encontros com pessoas.
O Comando Ambiental reforça que ataques de pumas são extremamente raros, mas recomenda atenção redobrada em áreas rurais. Em caso de avistamento de animais silvestres de grande porte, a orientação é não se aproximar e acionar imediatamente o telefone 190 ou o Batalhão Ambiental mais próximo.
As autoridades ambientais seguem monitorando a região de Maquiné para identificar o animal e avaliar o risco à população. A investigação deve apontar se o felino permanece nas imediações e quais ações serão necessárias para garantir a segurança da comunidade e a preservação da fauna.