A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou, na manhã desta quinta-feira (13), a Operação Phantom, uma ação de grande porte para desarticular uma quadrilha da Serra Gaúcha acusada de extorquir um empresário de Cuiabá em mais de R$ 2 milhões. Com apoio da CORE de Porto Alegre e da Polícia Civil de Bento Gonçalves, os agentes cumpriram 13 mandados de prisão preventiva e 15 de busca e apreensão em Bento Gonçalves, Caxias do Sul, Guaporé (RS) e Itajaí (SC).

Até o momento, 11 pessoas foram presas, sendo sete mulheres em Bento Gonçalves, três homens em Caxias do Sul e um suspeito em Santa Catarina. A quadrilha utilizava um esquema sofisticado de chantagem e extorsão contra empresários, se passando por policiais e parentes de supostas vítimas para obter vantagens financeiras.

Como funcionava o esquema de extorsão?

As investigações, que começaram em 2021, revelaram que os criminosos criavam perfis falsos nas redes sociais, se passando por mulheres para atrair empresários. Após estabelecerem contato, convenciam as vítimas a trocar mensagens, fotos e vídeos íntimos. Na sequência, outro integrante do esquema entrava em cena, fingindo ser um policial civil ou o pai da suposta jovem, afirmando que ela era menor de idade e acusando o empresário de pedofilia. Sob forte ameaça, as vítimas eram coagidas a realizar transferências bancárias milionárias para evitar supostas denúncias ou a exposição das imagens.

No caso que levou à deflagração da operação, um empresário de Cuiabá foi extorquido durante um ano, resultando em um prejuízo superior a R$ 2 milhões.

Sete mulheres foram presas por emprestar contas bancárias

Em Bento Gonçalves, a polícia prendeu sete mulheres, acusadas de emprestar suas contas bancárias para receber os valores da extorsão. Segundo as investigações, elas sabiam da origem ilícita do dinheiro e, por isso, tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça. Além das prisões, foram autorizados o bloqueio de contas bancárias e o sequestro de bens móveis e imóveis dos envolvidos. A polícia também investiga o vínculo da quadrilha com o tráfico de drogas e facções criminosas que atuam na Serra Gaúcha.

A Operação Phantom foi conduzida pela Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI) da Polícia Civil de Mato Grosso, em parceria com a Delegacia de Repressão a Crimes Informáticos e Defraudações da Polícia Civil do Rio Grande do Sul e a Polícia Civil de Bento Gonçalves.

O delegado Gustavo Godoy Alevado, da DRCI, coordenou as investigações desde o início, enquanto o delegado João Vitor Herédia, do Rio Grande do Sul, foi responsável pela ação operacional que resultou nas prisões. A Polícia Civil segue investigando outros possíveis envolvidos e alerta para a importância da denúncia de casos de extorsão virtual.

O advogado das mulheres presas em Bento Gonçalves, Vinicius Boniatti, afirma que está analisando o inquérito policial para realizar a montagem da defesa das acusadas. Ele também está apurando se as presas serão encaminhadas para a Penitenciária Estadual de Bento Gonçalves ou irão para outro presídio do Estado ou fora dele.